O aumento das notificações de casos de dengue na cidade de Piripiri deixou em alerta as autoridades em saúde do estado e município. Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (04), pela Vigilância Epidemiológica, já são 521 os casos notificados. Teresina segue em primeiro com 542. Hoje, a secretária de estado da saúde, Lilian Martins, se reuniu com o secretário de saúde de Piriripiri, Jorge Barreto, para tratar do assunto. Foram discutidas alternativas para frear o avanço da dengue na região. Lilian Martins reiterou o apoio da Sesapi e solicitou da coordenadora do comitê gestor da dengue, Cristiane Moura Fé, a ampliação das ações no município. Entre as medidas que serão adotadas está a realização de mutirões específicos para o combate à dengue. Como o secretário Jorge Barreto relatou o aparecimento de focos em regiões que já passaram por mais de um ciclo de borrifação de veneno, a secretária decidiu que solicitará ao Ministério da Saúde o envio de uma equipe para avaliar a situação da dengue em Piripiri. “O município apresenta um quadro curioso, onde o período de epidemia da doença iniciou antes do previsto. E embora nós acreditemos que nos meses com indicação para o aumento de casos, Piripiri vai estar em situação contrária, ainda assim a situação merece uma maior atenção”, disse a secretária, que poderá visitar o município após o carnaval. “Tudo que deveria ser feito pelo estado e município está sendo feito, mas nos colocamos à disposição para adoção de medidas alternativas que possam barrar a proliferação de mais focos e o aparecimento de casos”, reiterou a secretária. População não colabora – O secretário de saúde de Piripiri relatou para Lilian Martins que a grande quantidade de casos se deve ao alto índice de infestação predial. Ou seja, o foco está dentro das casas. “O protagonista da dengue não é o mosquito, é o cidadão. O bairro Santa Maria, por exemplo, está com índice de infestação de 8.9. Possuímos 260 imóveis reicindentes quanto a larva do mosquito. As pessoas não estão nem aí”, afirma Jorge Barreto. Segundo ele, Piripiri é uma das cidades do estado que faz o controle larvário por 6 ciclos ao ano. A cobertura dos agentes de endemia chega a 100%. “Temos 23 equipes trabalhando direto. O pessoal do Saúde da Família é quem faz as notificações. Para a nossa sorte, a dengue não está se manifestando de forma agressiva, tanto que só tivemos duas internações e um caso de complicação que foi encaminhado para Teresina”, destaca. Os casos estão sendo resolvidos no nível primário. Uma das alternativas mais incisivas poderá ser a responsabilização dos habitantes negligentes, aqueles que dificultam a vistoria dos imóveis. “Temos que triplicar a capacidade de estar dentro das casas. Realizar mutirões semanais, além do controle epidemiológico que já fazemos”, explica. Questionado pela deputada Lilian Martins sobre a atuação do Ministério Público, Barreto informou que o órgão está atuante quanto ao problema, no entanto, a população precisa fazer a sua parte. “É preciso uma reação comunitária. A dengue não pode ser considerada uma coisa banal. Com o aumento no número de casos, a possibilidade de uma morte é eminente. Falta ação, responsabilidade e sensibilidade da população”, finaliza. Os bairros mais atingidos em Piripiri são Santa Maria, Vista Alegre e Estação. Há casos também em Anajás e Floresta. Todos estão localizados na região oeste da cidade.