Os municípios piauienses terão 30 dias para implantarem o Serviço de Atenção às mulheres Vítimas de Violência Sexual – (Samvvis). A intenção da Secretaria estadual de Saúde (Sesapi) é que o serviço passe a funcionar em mais seis cidades do estado.

Atualmente, o serviço funciona somente em Teresina, na Maternidade Evangelina Rosa. As vítimas que registram ocorrência em outros municípios teriam que se deslocar até a capital para o atendimento específico ao caso.

Com a descentralização, Parnaíba, Picos, Floriano, São Raimundo Nonato, Corrente e Bom Jesus também passarão a fazer esse atendimento, que vai funcionar dentro do hospital regional de cada município.

Embora relatórios da Sesapi apontem que mais de 85,30 % dos atendimentos realizados no Samvvis foram prestados a crianças e adolescentes,  a maioria dos municípios ainda está com dificuldades em implantar o Serviço.

Segundo a Coordenadora de Atenção a Saúde da Mulher, Alzenir Moura Fé, os gestores alegam como principais dificuldades, o espaço físico e a falta de recursos humanos. “Não podemos mais esperar, a todo instante crianças, adolescentes e mulheres sofrem violência. Sabemos que os municípios têm certas dificuldades, mas é preciso usar criatividade e compromisso, porque toda a parte de capacitação e aparelhagem é por conta da Sesapi, e a cidade entra apenas com o local. Então eles devem mostrar alternativas o mais rápido possível”, alertou a coordenadora.

Todos os equipamentos e material permanente para expediente já estão na Secretaria, que irá entregar ao gestor de cada Hospital.

Dentre os municípios que alegaram estas dificuldades estão Bom Jesus, Corrente, Picos e Parnaíba.

Já os que apresentaram maior interesse em oferecer o serviço mais rápido a população foram Floriano e São Raimundo Nonato. “Estes dois apontaram ideias que brevemente estarão reforçando a implantação do serviço, precisamos de gestores assim, comprometidos e criativos”, destacou.

O Samvvis é o único serviço do Piauí que trabalha diretamente no atendimento médico e psicológico em vítimas de violência sexual. No ano de 2010 foram registrados 408 atendimentos à mulheres vítimas de violência sexual.

A previsão é que a descentralização possibilite mais atendimento aquelas vítimas que ainda têm receio de fazer o registro. “Os casos que não são registrados em até 72 horas não podem receber atendimento. Os profissionais foram preparados para orientar essas vítimas e oferecer o atendimento específico”, explica Alzenir.

Por Adriano Magno