O diretor do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Carlos Iglezias Brandão, fez nessa terça-feira, 07, um alerta para a necessidade de serem tomadas medidas urgentes visando à  redução dos traumas provocados pelos acidentes de trânsito no Estado nos últimos anos. Eles têm sido o fator principal para gerar uma grande demanda reprimida de cirurgias na área de ortopedia.

Segundo o diretor, dados apontam que 50% dos pacientes ortopédicos que dão entrada no sistema público de saúde são oriundos da Capital e, se considerada a região da Grande Teresina, esse número sobe para 60%. “Teresina é destaque negativo no cenário nacional quanto aos números de internações provocadas por acidentes no trânsito, em particular de motociclistas. É preciso mudar essa realidade”, diz.

Somente nos primeiros cinco meses de 2011 o Hospital Getúlio Vargas realizou 591 cirurgias ortopédicas de alta complexidade, e mesmo assim ainda há 1.400 pessoas aguardando por um procedimento eletivo nessa área, muitas das quais vitimas da violência no trânsito.

“A Clínica Ortopédica do HGV possui 51 leitos, sendo que cerca de 70% desses leitos são hoje ocupados por pacientes com traumas em decorrência de acidentes de trânsito, sobretudo os que envolvem motocicletas. E é preciso esclarecer que uma cirurgia ortopédica demora em média quatro horas, e muitos pacientes, devido às múltiplas fraturas, passam por mais de um procedimento, fazendo com que seja maior o tempo de espera por uma cirurgia”, explica.

Carlos Iglézias observa que as campanhas educativas de conscientização de motoristas e, sobretudo de motociclistas, têm de ser ampliadas, pois somente assim será possível reduzir o número de acidentes e consequentemente de vítimas que superlotam as unidades de saúde do Município e do Estado. Para ele, imprudência, falta de atenção, desrespeito às leis de trânsito e dirigir sob efeito de álcool são os fatores principais das causas de acidentes com motoristas e motociclistas.

“Com ações preventivas e de conscientização poderíamos minimizar a gravidade da situação, que fica ain­da mais evi­den­te quan­do lem­bra­mos que muitas dessas vítimas, na maioria jovens do sexo masculino, quando não vão a óbi­to, quase sempre ficam com sequelas para o resto da vida, resultantes das fraturas de pernas e braços, além das sequelas neurológicas”, adverte.