Cerca de 220 pessoas, entre profissionais de saúde, representantes de entidades não governamentais, presidentes de associações e pessoas com deficiência, participaram do II Seminário Estadual de Direitos Sexuais e Saúde Reprodutiva na Pessoa com Deficiência. Durante os dois dias de evento, essa quinta-feira (11) e a manhã desta sexta (12), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) ofereceu a enfermeiros, assistentes sociais e demais voluntários uma capacitação através de oficinas e palestras sobre o atendimento à pessoa com deficiência, com ênfase sobre a saúde reprodutiva.

Na manhã de hoje, os participantes tiveram uma vasta programação que contou com palestras e debates produtivos voltados para o tema “Vida de Adolescente - Saúde Sexual e Deficiência”. Na oportunidade, a coordenadora do Centro de Reabilitação “Ana Cordeiro”, Francisca Norberta, pontuou algumas experiências vividas no Centro por deficientes intelectuais e destacou o apoio do Governo do Estado às ações voltadas para esse público, em Teresina.

"Temos adolescentes que cresceram no nosso Centro e, hoje, vivem maritalmente juntos. Mesmo assim, ainda sentimos o preconceito da sociedade quando se deparam com casais deficientes e este seminário mostra que a Sesapi está cada vez mais preocupada em combater esses tabus", disse Francisca Norberta.

Além de debater experiências de deficientes intelectuais, os palestrantes receberam depoimentos de pessoas com deficiência física, auditiva e visual. Dados sobre a população com deficiência, do Estado do Piauí, também foi destaque durante as discussões.

Embora os últimos números sejam datados do ano 2000, a coordenadora de Atenção à Pessoa com Deficiência e aos Idosos, da Sesapi, Júlia Moita, garante que as pesquisas ajudam a nortear quais as cidades e os pontos que mais precisam de ações da Sesapi. "O nosso objetivo é levar assistência e capacitação àquelas comunidades que mais necessitam e este seminário vai fazer surgir novos agentes de saúde, já que temos muitos familiares dessas pessoas que dão ajuda significativa na hora do tratamento", destacou.

De acordo com os dados do IBGE, divulgados pelo Ministério da Saúde, das 50 cidades do Brasil com maior número de pessoas com deficiência, 10 estão localizadas no Piauí. O Estado possui, na sua maioria, pessoas com deficiência visual, com uma média de 106.000 pessoas que convivem com essa limitação. Em segundo, está a deficiência física; em terceiro, a auditiva e, por último, a intelectual.

No Brasil, existem cerca de 24,5 milhões pessoas com algum tipo de deficiência ou incapacidade, correspondendo a 14,5% da população total.
 

Por Adrianno Magno