Dos 207 casos notificados pelo Serviço de Atendimento Médico às Vítimas de Violência Sexual (SAMVIS) de janeiro a agosto deste ano, 133 foram com crianças ou adolescentes com idade entre 10 e 19 anos, o que corresponde a quase 75% dos casos.

O Serviço funciona na Maternidade Dona Evangelina Rosa desde outubro de 2004 e oferece atendimento médico e psicossocial às vítimas de violência sexual. De acordo com a supervisora de Atenção à Saúde da Mulher, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), Ceci Facó, a ideia é melhorar esses atendimentos, através de capacitação na capital e no interior, para que médicos e enfermeiros possam realizar de forma mais adequada e eficaz os protocolos de notificação das vítimas desse tipo de violência.

Nesse sentido, a coordenação de Atenção à Saúde da Mulher está realizando, junto com o Ministério da Saúde, Oficina de Capacitação do SAMVIS para médicos que trabalham na capital e no interior do Estado. A Oficina será realizada nesta quarta-feira (21), no auditório da Escola Fazendária, às 08h, e funcionará durante todo o dia. A abertura do evento contará com participação do médico Carlos Noronha, consultor do Ministério da Saúde.

“A gente sabe que a violência é uma questão global e que vem crescendo a cada dia. Estamos interiorizando esse atendimento e queremos melhorar a abordagem a partir dos médicos, mas, servirá para enfermeiros. Por isso realizaremos uma oficina em Teresina para capacitar esses profissionais que tem participação fundamental no tratamento dessas pessoas”, ressalta Ceci Facó.

Segundo a supervisora, a Sesapi pretende levar tratamento para pessoas vítimas de violência sexual e de outros tipos de violência que venham acometer a saúde, seja no convívio familiar ou social. “Além desse tratamento, queremos levar à criança, ao adolescente e à mulher todo um acompanhamento, pois essas pessoas, às vezes, sofrem outros tipos de violência, como a violência física, a psicológica, dentre outras”, explica.

O SAMVIS

O SAMVIS funciona 24 horas por dia. O atendimento à mulher é feito por uma equipe de multiprofissionais, como médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros e inclui também o atendimento médico pericial, que é feito por médicos-legistas, que também ficam de plantão por 24 horas.

O atendimento de emergência é feito até as primeiras 72 horas após o estupro, para que a paciente possa receber o medicamento que evita a gravidez indesejada, a medicação de prevenção de doenças venéreas, além da imunoglobina contra a hepatite e orientação para prevenção de HIV. Após a emergência, as pacientes são encaminhadas para o ambulatório, onde recebem o atendimento ginecológico para prevenção contra o câncer e orientação para planejamento familiar e psicológico.
 

Por Adrianno Magno