Em todo o Brasil uma das principais barreiras no atendimento a mulheres vítimas de violência sexual é a resistência de profissionais para atender os casos de abortos em hospitais. A constatação foi feita por consultores do Ministério da Saúde e repassada pelo técnico Carlos Noronha, responsável pela abertura da Oficina da Utilização do Protocolo de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual, realizada na Escola Fazendária nesta quarta-feira (21), pela Secretaria de Estado da Saúde.

“A resistência de profissionais ainda é um grave problema dentro dos hospitais. Isso acontece porque muitos médicos, por questões religiosas ou por questões pessoais, se negam a atender mulheres que sofreram aborto e, essa oficina mostra que eles devem analisar também o lado do sofrimento pela qual passam essas mulheres”, frisa o técnico do Ministério da Saúde.

Segundo Carlos Noronha, cada região do Brasil está sendo monitorada para aperfeiçoar o protocolo de atendimento. Teresina entra a partir de hoje na rota da região Nordeste e terá entre três meses a um ano para se adequar as normas do Ministério. “Teresina irá, a partir de agora, ser monitorada e todo o processo das notificações do protocolo estabelecidas aqui para a região Nordeste serão acompanhadas e, em seguidas, analisadas por uma comissão em Brasília, isso dará mais qualidade ao preenchimento desses protocolos”, explica.

A oficina foi realizada durante toda a manha na Escola Fazendária e contou com a participação de cerca de 40 profissionais, entre médicos, enfermeiros e assistentes sociais, das cidades Teresina, Parnaíba e Picos.

Para Ceci Facó, supervisora da Coordenação de Atenção a Mulher, os trabalhos são longos, mas bastante produtivos, por isso a necessidade de se estender o encontro durante todo o dia “Os trabalhos continuam a tarde, a partir das 14h, onde nossas palestras serão divididos em três momentos: 1. Apresentação do Projeto Superando Barreiras (PUC-SP), 2. Fluxo de atendimento interno 3. Abortos legalizados no Brasil, isso levará uma nova forma de olhar para essa e outras violências acometidas contra nossas mulheres”, finaliza a supervisora da Sesapi.

  Por Adrianno Magno