O benefício da Medicina Hospitalar em unidades de saúde foi o tema de uma palestra dos médicos gaúchos Claudio Nunes e Guilherme Barcelos, na manhã de hoje, no auditório do Hospital Getúlio Vargas (HGV). Eles vieram ao Piauí a convite da Secretaria de Estado da Saúde. O evento contou a presença de vários médicos, além da secretária de saúde, Lilian Martins; o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Pedro Leopoldino; o diretor do HGV, Carlos Iglezias; a promotora do Ministério Público, Claudia Seabra; a diretora do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Clara Leal e do superintendente da Sesapi, Ernani Maia.

Os médicos trouxeram experiências exitosas da medicina hospitalar, cujo principal objetivo é otimizar a gestão de leitos e dar segurança ao paciente, através da figura do médico hospitalista e sua equipe.  “Trata-se da inserção de uma equipe dedicada de médicos com ação integradora para fazer o processo de coordenação de assistência aquele paciente interno. No atendimento tradicional, o médico interna o paciente e passa a maior parte do tempo fora do hospital em outras atividades”, explica Guilherme.

“Este profissional coordena toda a internação do paciente e em seguida o devolve para o médico que vai acompanhar seu quadro clinico”, acrescenta o médico, um dos responsáveis por trazer a ideia dos Estados Unidos para o Brasil. “Nos EUA a medicina hospitalar já existe há 15 anos”, ressalta.

De acordo com Barcelos, a proposta é criar equipes dedicadas, não para todos os pacientes, mas principalmente para os mais graves, complexos. “Pacientes vulneráveis, o que tem de monte em nossas enfermarias. É uma verdadeira equipe de saúde” afirma.

Na palestra, Guilherme Barcelos disse ainda que a medicina hospitalar reduz em até 15% a permanência do paciente no leito e em 13% o custo hospitalar. “Isso graças a uma assistência continua de segunda a sexta e através de equipes nos fins de semana”, destaca.  Geralmente o médico hospitalista é um clínico geral.

Para Claudio Nunes, o principal beneficiado com a medicina hospitalar é o paciente. “Por que terá a garantia de atendimento seguro, já que ele corre riscos freqüentes na emergência hospitalar brasileira e mundial como: queda do leito, tomar um medicamento de forma equivocada, uma trombose nas pernas por ficar acamado, enfim, são inúmeros os riscos e o principal deles, as infecções hospitalares”, destaca o médico.

De acordo com suas informações, a medicina hospitalar exercida em trabalho continuo, a alta do paciente pode acontecer mais cedo em até 25% dos casos. “Se ficar em 25%, significa gastar 25% menos e dar chances a 25% a mais de pessoas que estão esperando numa maca ou quem precisa de uma intervenção de alta complexidade”, disse o médico.

Para o superintendente da Sesapi, Ernani Maia, a visita dos médicos serviu para fixar a primeira estaca do serviço no Piauí. “Nós já estivemos lá para ver de perto o sistema e, por isso, convidamos os colegas para mostrar a experiência aqui em nosso estado. No Brasil, a experiência maior é no Rio Grande do Sul”, disse o superintendente.

A secretária Lilian Martins disse que a medicina hospitalar é um grande achado que poderá ajudar muito a saúde pública do Piauí. “Poderia ser uma saída, por isso convidamos esses profissionais. Estamos engatinhando no assunto. Temos médicos aqui extremamente capacitados que podem atender as necessidades desse novo método. As explanações que vimos aqui são sementes que virarão árvores e darão frutos. Estamos aqui para apreender e dominar essa prática”, afirmou a gestora.

Claudio Nunes e Guilherme Barcelos trabalham no Hospital Pompéia, em Caxias do Sul, considerado hospital referência em medicina hospitalar no Brasil.