Mesmo com muitas conquistas nos últimos anos, as mulheres ainda lutam contra um problema que muitas vezes acontece dentro de casa: a violência sexual. No Brasil são muitas as mulheres vítimas deste tipo de violência que, na maioria das vezes, prefere o silencio ao invés de denunciar o agressor. No Piauí, a Secretaria de Estado de Saúde vem disponibilizando desde 2006 um serviço que além de monitorar esses indicativos, também oferece atendimento a vítima e sua família.

O Serviço de atenção as mulheres vitimas de violência sexual- SAMVIS, que funciona na Maternidade Evangelina Rosa, monitora as agressões, os tipos mais frequentes e conta com serviços de assistência social, psicólogos e enfermeiros.

De acordo com informações da diretora do Samvis, Dra. Maria Castelo Branco, só no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2010, foram atendidas 1.427 vitimas de violência sexual. Do total, 232 casos foram de crianças e adolescentes procedentes de Teresina, violentadas pelo pai, avô, irmão, tio ou primo. Os dados reais são preocupantes: 127 crianças (54,7%), e 105 adolescentes (45,3%). Todas eram solteiras e não tinham trabalho remunerado.

Setenta e seis por cento dos agressores eram maiores de 18 anos. Apenas 28% das vítimas procuraram atendimento dentro das primeiras 72h após a agressão. Em 74,7%, a mãe acompanhou a vítima por ocasião do primeiro atendimento; em 8% um representante do conselho tutelar e em 6% os avós.

Para a diretora do Samvis é preciso que além da área da saúde, outras áreas do poder público possam, juntas, criarem medidas mais enérgicas no enfrentamento da violência contra a mulher. “Pela complexidade das ações a serem desenvolvidas e para a obtenção de resultados efetivos, o enfrentamento da violência contra a mulher nos seus diferentes tipos exige efetiva articulação de diversos setores como a educação, a segurança pública, a saúde, a justiça e trabalho, bem como o envolvimento de toda a sociedade civil organizada configurando a rede integrada de proteção e atendimento à mulher”.

A gerente de atenção a criança e adolescente da Sesapi, Rosa Laura, destaca que ainda é pouco a procura por parte das vítimas, mas que as ações idealizadas pela Sesapi buscam popularizar o Samvis. “Queremos que cada uma de nós possa está atenta essa problemática. É fácil perceber quando uma criança foi agredida sexualmente porque fica estampada no rosto e na forma de agir; por isso que nossos seminários e capacitações servem para os profissionais de saúde aprimorar a capacidade de atender essas vítimas”, finalizou.

Por Adriano Magno