A Secretaria de Estado de Saúde e os gestores de vários municípios do Piauí deram um passo importante na semana passada para a consolidação do processo de municipalização dos hospitais de pequeno porte, os chamados HPPs. Desde a última terça-feira (13), a SESAPI realiza reuniões com os prefeitos e secretários de saúde onde, após ser mostrado o resultado de um rigoroso processo de avaliação dos hospitais municipalizados e discutido melhorias, é assinado um protocolo de intenções que visa otimizar o atendimento à população nessas Unidades de Saúde.

Os encontros, realizados em sua maioria no auditório do Hospital Getúlio Vargas (HGV), foram acompanhados de perto pela secretária de Saúde, Lilian Martins, e o superintendente de atenção à Saúde, médico Ernani Maia. Por determinação da secretária, técnicos de várias áreas da SESAPI avaliaram eixos como gestão, assistência, humanização e controlo social dos hospitais municipalizados.

“Desde que assumimos estamos tentando melhorar a assistência no interior. Após os gestores tomarem conhecimento da realidade de suas Unidades de Saúde, a exemplo do que está sendo feito com os hospitais regionais, fizemos propostas, que culminam com a assinatura do protocolo de intenções. Vamos investir, mas em contrapartida os municípios terão que cumprir suas metas. Daqui a 3 meses será feito o primeiro monitoramento dessas metas, onde o cumprimento delas pode gerar incentivo de recursos e o não cumprimento a conseqüente perda”, explica a secretária Lilian Martins.

Segundo a secretária, há cidades com dimensões geográficas, populacionais e financeira semelhantes, mas com resultados totalmente diferentes. “Mostrando que a gestão faz a diferença na saúde”, ressalta.

Ao todo, são 55 cidades que possuem HPPs. Pela primeira vez estas Unidades de Saúde passaram a ser classificadas por grupos, denominados de (A, B, C e D).  Os HPPs foram municipalizados entre 2005 e 2009. O estudo de classificação começou a ser elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde em agosto do ano passado.  

A Coordenadora de Apoio e Acompanhamento aos Municípios da SESAPI, Leidimar Alencar, explica que o estudo levou em consideração vários parâmetros: as unidades de saúde do grupo A, por exemplo, seriam aquelas que só funcionam como ponto de apoio para transferências de usuários. “Onde não houve evolução”, afirma. As do grupo B prestam atenção primária em saúde. As do grupo C, além das atribuições de atenção primária, realizam pequenas urgências. O grupo D é responsável por atendimento de média complexidade, urgência e emergência, como partos e cirurgias.

Prefeitos e secretários de saúde aprovaram a iniciativa da SESAPI em classificar os municípios. “Temos que parabenizar a disposição da secretária Lilian em tratar desses assuntos pela necessidade de cada município”, afirma o secretário de Saúde de Palmeirais, Raimundo Lucena.

Para a secretária de saúde de Beneditinos, Leopoldina Cipriano, o relatório mostra como os hospitais de pequeno porte estão funcionando e o que pode ser feito para melhorar. “Vai nos fortalecer. Na medida em que nós conhecemos nossa realidade, vamos saber o que estamos precisando para avançar”, disse a gestora, acrescentando que o critério de classificação já desperta interesse de outros estados, como Goiás e Rio Grande do Sul.

Para o prefeito de Manoel Emídio, José Medeiros da Silva, a iniciativa é válida e beneficia a população. “Na próxima reunião de avaliação, a nossa intenção é de estar no grupo E, caso ele existisse. Vamos fazer a nossa parte e com isso quem ganha é a população”, declarou. O Grupo E seria um grupo de excelência dos municípios.

O prefeito de Ribeiro Gonçalves, Agamenon Franco, disse que os gestores devem abraçar a causa. “Com diálogo e com muita ação a gente pode, mesmo com os poucos recursos, fazer alguma coisa para melhorar”, ressaltou.

Na próxima quarta-feira (21), a SESAPI se reunirá com os 22 municípios que fazem atendimento de média complexidade.