O Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu (HAA), gerido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), vem desenvolvendo um trabalho intenso de triagem e reinserção de pacientes que já estão em caráter de residentes, dentro da estrutura do HAA. No início do trabalho foram constatados 29 pacientes que já moram no Hospital há, no mínimo, dois anos, tendo o abandono familiar como uma das principais causas.
Dos 29 pacientes, 24 moram no HAA de três a 29 anos – desses, dois foram encaminhados para as Residências Terapêuticas, que são casas comuns, mantidas pela Sesapi, com acompanhamento multiprofissional e acolhida de pessoas com transtorno mental sob controle (em Teresina, são três desse tipo, sendo cada uma com oito moradores); outros cinco foram encaminhados para o convívio familiar e estão sendo acompanhados pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – os demais 17, sendo a direção do Hospital, não possuem condição alguma de saírem do HAA; cinco dos 17, inclusive, são homicidas.
Ainda dentro do panorama dos 29 pacientes, os outros cinco moram no HAA no mínimo há dois anos, sendo que três deles possuem condições clínicas estáveis e em plena possibilidade de irem para as Residências Terapêuticas; os outros dois não possuem a mesma condição, pelo estado clínico avançado do transtorno mental.
“Esse trabalho de triagem foi iniciado ainda no ano passado, pela nossa gestão, após constatar que, mais do que pacientes, tínhamos verdadeiros moradores, alguns, inclusive, fugindo às características para um interno de um Hospital Psiquiátrico, já que suas condições clínicas já eram estáveis. Descobrimos que quatro deles tinham plena condição do retorno ao convívio familiar. Contatamos a família: dois ficaram com eles, outros dois retornaram ao HAA, devolvidos pela família. Agora, estamos monitorando outros quatro pacientes, a fim de encaminhar para suas respectivas famílias”, contou Maria das Graças Martins, diretora geral do HAA.
Tanto os pacientes, como as famílias, recebem todo o apoio necessário do Hospital Areolino de Abreu, com atendimento multiprofissional de assistentes sociais, psicólogos, entres outros profissionais.
“É um trabalho extremamente importante. Estamos, dessa forma, assegurando a cidadania plena desses pacientes, que poderão voltar para a família, pro mercado de trabalho, para os estudos. Com total responsabilidade, o HAA vem monitorando caso a caso, e agindo dessa forma com os que estão em estáveis condições clínicas”, reiterou a diretora.
Por Flávio Moura