O Laborátório Central do Piauí (LACEN) está ampliando seus estudos microbiológicos para detectar microrganismos contaminantes em alimentos e produtos destinados ao consumo humano. O setor de controle de qualidade do laboratório trabalha em consonância com as vigilâncias sanitária e ambiental e tem como missão atestar a qualidade microbiológica e físico-química de produtos como alimentos e bebidas em geral, água potável, água mineral e água para hemodiálise.

Segundo Dra Symonara Karina, diretora do LACEN, diversos ensaios microbiológicos são realizados para detectar microrganismos contaminantes em alimentos, como coliformes totais e termotolerantes, Salmonela, Estafilococos coagulase positiva e Escherichia coli, entre outros. “Atualmente novos ensaios estão sendo implantados no laboratório como forma de ampliar a oferta, adequação à legislação sanitária e melhorar a qualidade dos serviços prestados”, afirma.

De acordo com a diretora, dentre os novos ensaios estão pesquisa de bolores e leveduras em alimentos, a detecção de Pseudomonas aeruginosa e Enterococos em amostras de água mineral e água de hemodiálise.

“A pesquisa de bolores e leveduras é aplicada principalmente na análise de alimentos ácidos, alimentos parcialmente desidratados, farinhas, nos quais a presença elevada é indicativa de falhas ao longo do processamento, comprometendo a vida útil do produto. Além disso, algumas espécies de fungos podem produzir toxinas, as micotoxinas, que podem ser responsáveis por intoxicações alimentares”, explica Symonara.

Ainda de acordo com a diretora, a presença de pseudomonas em água mineral é investigada devido a seu potencial como patógeno oportunista, capaz de causar infecções gastrintestinais graves em crianças e adultos e por provocar sabor desagradável na água. “Do mesmo modo, a pesquisa de Enterococos (além de coliformes totais e termotolerantes), visa identificar contaminação fecal da água, causada por más condições de higiene de manipuladores, por exemplo”, ressalta.

Já as pesquisas com P. aeruginosa em água de hemodiálise deve-se ao fato de serem encontradas com freqüência em ambientes hospitalares, sendo capaz de contaminar catéteres, próteses. “A pesquisa de P. aeruginosa é importante porque embora não seja exigida pela legislação atual, há relatos de surtos de bacteriemias causadas por P. aeruginosa em pacientes que fazem uso de hemodiálise. Além disso, sabe-se que estes microrganismos podem estar presentes e não serem sensíveis a desinfecção, ao contrário de coliformes e bactérias heterotróficas. Assim, manter a qualidade da água de diálise é uma maneira de prevenir riscos aos pacientes”, finalizou a diretora.