Direção do HGV adota medidas para cumprir metas Cada médico vai ter que realizar oito cirurgias por mês no mínimo.

O diretor geral do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Carlos Iglézias Brandão de Oliveira, reuniu-se na manhã dessa sexta-feira,(18), com os coordenadores de clínicas e compartilhou as medidas que serão adotadas pela direção do HGV em caso de não cumprimento das metas cirúrgicas pelos médicos do Hospital.

Segundo Iglézias, cada médico vai ter que realizar oito cirurgias no mínimo, meta estabelecida pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi). “Vamos informar ao Ministério Público Estadual (MPE) a produção de cada médico como forma de otimizar o número de cirurgias. O HGV realiza uma média de 500 cirurgias por mês.

Iglézias disse que as informações serão encaminhadas ao Ministério Público Estadual e à Secretaria Estadual da Saúde, tanto no que se refere à produção quanto ao número de cirurgias suspensas, e o motivo da suspensão.  “Não vou cortar ponto de ninguém, mas também não vou omitir informações, compete ao Ministério Público e à Secretaria Estadual da Saúde punir, caso seja necessário”.

O coordenador da Clínica Ortopédica, Wilson Rodrigues, disse que é inadmissível um profissional realizar 40 cirurgias num mês e o outro apenas duas e receber o mesmo salário. “Isso é falta de comprometimento”, desabafou o médico.

Carlos Iglézias explicou que o problema começou desde que foi incorporada a produtividade dos médicos aos salários. “Com a implantação da produtividade aos salários houve uma acomodação dos profissionais, o que gerou todo o problema. Enquanto uns se comprometem mais, realizando 50, 40, cirurgias, outros fazem duas ou até nenhum procedimento”,explica.

O mapa cirúrgico informando a produção de cada profissional médico será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE) até o quinto dia útil de cada mês. “Vou encaminhar além do MPE, cópia para a Secretaria Estadual da Saúde, Sindicato dos Médicos (Sindespi) e Conselho Regional de Medicina(CRM)”, esclareceu.

Ele anunciou também que o HGV vai fazer parte da Rede de Urgência e Emergência do Estado como hospital retaguarda, disponibilizando leitos para pacientes graves de alta complexidade provenientes de outras unidades da capital e interior.

Por Fátima Oliveira