De forma inovadora dentro do sistema da rede pública estadual de saúde, o Hospital Getúlio Vargas (HGV) começa nesta quinta-feira (24) a realizar os primeiros procedimentos cirúrgicos em mulheres utilizando uma técnica minimamente invasiva e segura, para o tratamento da incontinência urinária de esforço, que é a perda involuntária de urina.
Segundo a uroginecologista Jussara Cavalcante Nunes, as pacientes serão submetidas à correção cirúrgica pela técnica de Sling Transobturatória, com a colocação de uma prótese sintética conhecida como Tension Free Vaginal Tape, procedimento que, nos últimos anos, tem sido amplamente utilizado nos melhores hospitais do país para tratar a incontinência.
A médica explica que a nova técnica, agora disponível no HGV, dura em torno de 20 minutos e a paciente não precisa utilizar sonda no pós-operatório, pois o risco de sangramento e infecção é menor do que as cirurgias tradicionais. A meta é realizar quatro cirurgias por mês com essa técnica no HGV. Atualmente, há uma fila de espera de 17 pacientes aguardando por esse procedimento.
Ela ressalta que a incontinência urinária de esforço é considerada um problema de saúde pública significativo, devido sua alta prevalência na população feminina. Dados do Departamento de Saúde Americano evidenciam que essa doença atinge de 15 a 30% da população feminina mundial acima de 60 anos de idade.
O maior avanço dos últimos anos foi dado no campo do tratamento da doença, obtendo-se resultados quando se utilizam técnicas menos invasivas, que provocam menos dor e reduzem o risco de infecção na paciente.
O HGV disponibiliza também o serviço de fisioterapia urogenital, para prevenção dos transtornos do assoalho pélvico (músculos, ligamentos e tecido de sustentação que revestem a abertura inferior da bacia) para prevenção de alguns tipos de incontinência.