Piauí terá mais 205 leitos para tratar dependentes químicos A imprensa do Piauí acompanhou o evento na sede do DATASUS, em Teresina.

O Piauí criará nos próximos dois anos mais de 200 novos leitos para tratar dependentes químicos. A medida faz parte do programa do Governo Federal; Crack, é possível vencer. A adesão do estado aconteceu nesta quinta-feira (26) em solenidade na capital federal, Brasília. O detalhamento do programa foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o governador Wilson Martins, através de uma entrevista coletiva por videoconferência. A imprensa do Piauí acompanhou o evento na sede do DATASUS, em Teresina.

De acordo com o Alexandre Padilha, serão investidos no estado R$ 48 milhões até 2014 – sendo R$ 18,7 milhões do Ministério da Saúde, R$ 22,6 milhões do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e R$ 6,3 milhões do Ministério da Justiça.

“O Piauí vai criar 50 novos leitos especializados, 6 unidades de acolhimento, sendo três infantis e três adultas, dois CAPS AD e abrirá 60 novas vagas em Comunidades Terapêuticas. Ao todos são 205 leitos nos próximos dois anos”, explicou o ministro.

O Piauí é o sexto estado com melhor cobertura de CAPs (Centros de Atenção Psicossocial). O estado saiu da média de 0,03 em 2002 para 0,91 em 2011. Atualmente, o Piauí possui 45 CAPS, sendo dois deles do tipo AD3, que tratam usuários com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas. Esse modelo é destinado a municípios com mais de 200 mil habitantes. No Brasil existem apenas 6 CAPS AD3, sendo que dois deles estão no Piauí, nas cidades de Floriano e Parnaíba. Outros dois estão localizados em São Paulo. O restante encontra-se nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O governador Wilson Martins citou algumas medidas para ajudar no combate ao tráfico de drogas no estado. Dentre elas está a universalização do programa Ronda Cidadão. “Esse é um problema universal. A secretaria de Segurança está acompanhando de perto o problema e colocando em prática algumas medidas de repressão”, disse.

Na área de prevenção, Wilson Martins afirmou que o estado vem investindo na educação. “São R$ 40 milhões para mediação tecnológica, onde o jovem ocupará o segundo turno quando sair da escola. Estamos ampliando vagas no Programa 2º Tempo, além das escolas de tempo integral”, destaca.

O governador Wilson Martins e o prefeito Elmano Férrer assinaram a adesão ao programa federal, respectivamente, pelo estado e capital. Também estiveram presentes à solenidade, a secretária Nacional de Assistência Social, Denise Colin, o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Antônio Callegari, a secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki e secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Salete Valesan Camba e o secretário de saúde do Piauí, Ernani Maia.
 
“Os três eixos do programa que vai da prevenção, cuidado e autoridades vão funcionar em conjunto. Esse problema social a gente só combate unindo forças”, disse o secretário de saúde do Piauí.

Outros investimentos

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome financia quatro Centros de Referência Especializada em Assistência Social (Creas) e 21 Conselhos Regionais de Assistência Social (CRAS) em Teresina/PI. Ainda está prevista a ampliação do atendimento de um Centro de Referência Especializado para Pessoa em Situação de Rua (Centro POP), que já está em funcionamento, e de 150 vagas em Unidades de Acolhimento. Além disso, serão quatro novas equipes de abordagem social nas ruas. O MDS repassará até 2014 o valor de R$ 22,6 milhões.
 
Quando a abordagem for realizada junto a crianças e adolescentes, as equipes de saúde, de assistência social e segurança contarão com o auxílio dos Conselheiros Tutelares. Esses profissionais serão o elo com o Sistema de Garantia de Direitos das Crianças e Adolescentes. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República realizará a formação desses conselheiros em abordagem de dependentes.
 
Prevenção – Com ações voltadas para a escola e à comunidade, o Piauí poderá contar com investimentos, aplicados diretamente pela União, de R$ 2,2 milhões em 2012. Até 2014, serão ofertadas vagas em capacitações presenciais e a distância para profissionais do estado. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça é responsável por articular essa formação.
 
A meta até 2014 é formar, no estado, 2,5 mil educadores; 4 mil conselheiros; 800 profissionais de Saúde e Assistência Social; 300 profissionais que atuam em comunidades terapêuticas; 300 operadores de direito; e 500 lideranças religiosas.
 
Segurança pública – As ações policiais do programa irão se concentrar nas fronteiras e nos locais de maior concentração de uso do crack nos centros urbanos. Está prevista também a implementação de policiamento ostensivo e de proximidade nas áreas de concentração de uso de drogas, onde serão instaladas câmeras de videomonitoramento fixo. O Piauí vai receber duas bases móveis equipadas com sistema de videomonitoramento, 40 câmeras de videomonitoramento fixo, dois veículos e quatro motocicletas além de 400 equipamentos de menor potencial ofensivo, além da capacitação de 240 profissionais de segurança pública que irão atuar em locais de uso de crack e outras drogas.
 
O total de investimentos do governo federal na segurança pública chega a R$ 4,1 milhões. A expectativa é que a utilização de câmeras móveis e fixas contribua para inibir a prática de crimes, principalmente o tráfico de drogas. O Piauí é o 10º estado a assinar a adesão ao programa federal.