O I Fórum sobre o Parto Domiciliar por Parteiras Tradicionais, que acontece durante toda esta terça-feira (30), no auditório do Instituto Federal do Piauí (IFPI), visa promover o reconhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para que um maior número de parteiras no Piauí seja cadastrado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), para receber qualificação. No Estado, essas profissionais somam cerca de 150, oriundas de 50 municípios. Além disso, garantir a assistência adequada à gestante, o acompanhamento mensal das atividades das parteiras e o monitoramento e a avaliação de todos os partos realizados.
O evento está sendo realizado pela Coordenação de Atenção à Saúde da Mulher e tem o apoio do Museu do Piauí e do Ministério da Saúde. Para a coordenadora responsável, Alzenir Moura Fé, a inclusão do parto domiciliar assistido por parteiras no Brasil é algo que vem sendo amplamente discutido pelos municípios através desses encontros. “Através dessas que chamamos de ‘enfermeiras do sertão’, o Governo Federal alcançou resultados extraordinários na diminuição da mortalidade infantil e materna. Por isso, aqui no Piauí, queremos finalizar o ano mostrando a importância dessa parceria, para os futuros gestores municipais”, ressalta.
A programação do Fórum conta com apresentação de vídeos, palestras, mesa redonda, além de depoimentos de parteiras do interior do Piauí. Na parte da tarde, o núcleo educativo do Museu do Piauí presta uma homenagem através de modelagem das mãos das parteiras presentes no evento. As atividades encerram-se às 16h30, com a plenária e o café-diálogo entre os profissionais de saúde dos municípios, parteiras e técnicos da Sesapi.
Parteiras Tradicionais
É comum encontrar parteiras no interior dos estados do Norte e Nordeste do país, em geral, em regiões pouco urbanizadas. Elas costumam passar vários dias na casa da parturiente até que a mulher se recupere depois do nascimento do filho. É a parteira que cuida da mãe, do bebê e dos afazeres domésticos.
Apesar de depender de um conhecimento tradicional, normalmente, repassado da mãe parteira para as filhas, o trabalho dessas mulheres é, às vezes, a única alternativa de apoio às gestantes. Ainda hoje, cerca de 30% dos partos feitos no país são domiciliares, segundo a Sub-Secretaria de Direitos Humanos. A alta porcentagem se deve ao fato de que as parteiras vêm se modernizando, com o incentivo aos exames pré-natal, que garantem um parto mais seguro, e atuando, também, nas casas de parto de centros urbanos.
Por Adrianno Magno