A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), através do secretário Ernani Maia e do diretor da Unidade de Planejamento, José Ivan Lopes, participa, durante toda esta quarta-feira (24), do primeiro ciclo de trabalhos do CONASS Debate: o novo projeto lançado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), cujo tema inicial é "Saúde: para onde vai a nova classe média". O evento ocorre no Hotel Nacional, em Brasília-DF.

Participam do encontro outros secretários de Estado da Saúde, além de Diretores, Assessores de Comunicação, Jornalistas, Professores, Estatísticos, entre outros. O objetivo principal consiste na expansão das discussões sobre as principais questões que dizem respeito à saúde pública, com a ampla participação dos gestores, focando o processo de mobilização social pelo qual passa o Brasil: em síntese, a ascensão de grande parte da população, que saiu das Classes D e E e chegou à Classe C, média, garantindo mais acesso, principalmente, ao consumo.

O evento foi iniciado com uma explanação geral sobre o tema, que ficou a cargo do presidente do CONASS, Wilson Alecrim. Em seguida, quatro expositores proferiram palestras didáticas, mostrando dados, estatísticas e novas informações acerca dessa ascensão social da maior parte dos brasileiros. A primeira temática, inclusive, foi escolhida tendo como base a importância de se conhecer o movimento da nova classe média brasileira (Classe C) e suas repercussões no Sistema Único de Saúde (SUS) e no sistema privado de saúde.

A primeira exposição ficou a cargo de Ricardo Paes, subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, considerado um dos maiores especialistas em políticas públicas do Brasil. "A nova classe média ascendeu, basicamente, pelo trabalho formal (houve uma considerada evolução desse tipo de trabalho, de 1992 a 2011). O que difere a classe média da classe alta é o aumento da produtividade de trabalho. A continuidade dessa ascensão depende da diminuição da desigualdade", pontuou Ricardo.

Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular (empresa especializada no conhecimento dos consumidores das Classes C e D), expôs um fato atual marcante para a temática do primeiro CONASS Debate: "o Brasil deixou de ser uma pirâmide social e se tornou um losango social". Segundo ele, outro dado importante diz que "a maioria absoluta dos usuários de plano de saúde pertence à classe média brasileira atual", que, por sua vez, representa 51% da população total do país.

Outro ponto bastante pertinente foi a exposição de José Cechin, diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 15 grupos de empresas de plano de saúde, responsáveis pela proteção de 19 milhões de beneficiários. "A resposta à temática deste primeiro debate é óbvia: a nova classe média vai para o consumo. Essa classe cresceu pela política governamental  que reúne, entre outras ações, o aumento anual do salário mínimo", lembrou.



Para o secretário Ernani Maia, a nova classe média também revelou um novo perfil da população como um todo. "Esse novo perfil deixa claro que a população, especialmente, da nova classe média, passou a exigir mais dos serviços de saúde. O tempo de espera, por exemplo, tem sido um dos pontos mais críticos, revelados pelos próprios usuários", disse.

No turno da tarde, o CONASS Debate abriu espaços para a participação direta de alguns membros, como secretários de Estado da Saúde. Na mesma oportunidade, outros expositores, a exemplo do ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, expuseram seu ponto-de-vista sobre o questionamento da temática em questão.



Ao final do evento, uma publicação deverá ser organizada pelo CONASS e será encaminha para todos os estados, como uma fonte importante para a execução dos projetos em saúde pública. A próxima edição deverá acontecer no segundo semestre deste ano e trabalhará o tema "Caminhos para a Saúde do Brasil". O CONASS Debate é uma realização do CONASS, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde e com o Ministério da Saúde.
 

Por Flávio Moura