Sentindo fortes dores, o adolescente de iniciais M.V., 14 anos, foi submetido na última terça-feira (20) por um tratamento de litotripsia no Hospital Getúlio Vargas (HGV) para a remoção de um cálculo renal. Em apenas uma hora, o paciente já estava pronto para voltar para casa e sua mãe, Ely Rodrigues, respirava aliviada.

Segundo o coordenador da Clínica Urológica do HGV, Alesse Ribeiro, felizmente, a medicina já apresenta uma série de tratamentos eficientes para a remoção do cálculo, seja ele renal, de ureter ou bexiga. Entre esses tratamentos, a Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LEOC).

Alesse afirma que essa enfermidade deve-se à quantidade de cristais acumulados, seja por alimentação, alteração genética ou procedimentos cirúrgicos, que fazem alteração do trato urinário.
No Hospital Getúlio Vargas, o Serviço de Litotripsia possui capacidade para realizar 40 a 50 procedimentos por mês. De acordo com o urologista Alesse Ribeiro, o número de pessoas acometidas pelo cálculo tem crescido gradativamente ao longo dos anos.

“Isso porque a população tem optado por uma alimentação pouco saudável, na qual os alimentos, na sua maioria, contêm grande quantidade de sal, o que propicia a enfermidade”, explica o especialista, salientando que o consumo exagerado de carne vermelha, além do sedentarismo e da obesidade, contribuem para a instalação dos cálculos renais.

O  especialista observa que a litotripsia é um método “inteligente”, baseado no fato de que o corpo humano é formado, principalmente, por água. Conforme o urologista, a ideia básica é de que as ondas de choque – geradas por um equipamento e transmitidas por meio de ultrassom – se propaguem em meio líquido e penetrem o corpo do paciente, atravessando a pele e os tecidos moles em direção aos cálculos de maior tamanho, fragmentando-os e possibilitando sua passagem em pedaços menores.

Durante a sessão, o paciente recebe um sedativo, ou apenas um analgésico, e tem a sua pressão arterial e batimentos cardíacos monitorados. O procedimento pode ser realizado até quando o paciente não está sentindo as dores do cálculo.

Geralmente, a litotripsia é realizada como um procedimento ambulatorial. Isso significa que a pessoa não será obrigada a permanecer no hospital. “Isso ocorre porque o tempo de recuperação é conhecido por ser relativamente curto e as atividades normais podem ser retomadas normalmente após alguns dias de descanso e recuperação”, explicou.

Na maioria dos casos, o diagnóstico do cálculo renal é feito somente quando o paciente procura o médico por já estar sentindo dores. Se medidas de prevenção não forem adotadas, em cinco anos, de 50% a 100% daqueles que tiveram problemas de cálculos nos rins podem voltar a tê-los. “Sem medidas preventivas, a recorrência do cálculo é apenas uma questão de tempo”, conclui o especialista.
 

Por Fátima Oliveira