O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) vem conseguindo manter seu estoque de bolsas de sangue dentro da normalidade.  O Estado conta com uma hemorrede composta de  um Hemocentro Coordenador, situado na capital, responsável pelas políticas e todo o ciclo do sangue, e outros três Núcleos de Hemoterapia, localizados em Picos, Parnaíba e Floriano, que desempenham atividades de coleta, estocagem e transfusão de sangue.
 
Além desses, outras 28 Agências Transfusionais reforçam a estocagem e distribuição do sangue no Estado, formando a rede para atender a demanda mensal: atualmente, uma média de quatro mil bolsas de sangue. Segundo dados do Hemopi, em períodos normais, a média de doações é de 130 bolsas por dia. Nas férias, esse número cai para 70, e até 80, em períodos mais críticos, por conta dos feriados.

O sangue coletado é fracionado para ser colocado à disposição de médicos para procedimentos nos diversos setores dos hospitais. Os que mais esvaziam os estoques são os atendimentos de emergência, além dos centros de terapia intensiva e do setor de oncologia.

“Não há substituto artificial para o sangue. Ele é o suporte para a vida. Diariamente, esse material está sendo usado nas diversas áreas dos hospitais da capital e do interior”, destaca a supervisora de Coleta do Hemopi, Suzane Rocha.

Antes que possa ser usado em transfusões, o sangue coletado passa por exames para verificar se está livre de doenças infectocontagiosas, como hepatites e HIV. Os resultados levam cerca de 24 horas. Depois de fracionado, cada parte tem um prazo de validade e seu modo de armazenamento específico: plaquetas duram cinco dias, plasma pode ficar um ano armazenado a uma temperatura de -20ºC e as hemácias podem ser usadas em até 35 dias.

Os prazos curtos reforçam a importância de receber doações permanentemente. Outro ponto destacado pelos técnicos do Hemopi é que há tipos de sangue mais raros, como o AB, que está em apenas 4% da população, e o B, que representa em torno de 10%. Campanhas pontuais não conseguem dar conta de uma demanda forte em caso de emergência.

“Doar sangue é uma questão de cidadania, é preciso criar essa consciência”, sintetiza Socorro Sena, coordenadora de Captação de Doadores do Hemopi.

O Ministério da Saúde tem anunciado medidas para ampliar a doação de sangue, inclusive com uso de redes sociais. A meta é passar dos menos de 2% de brasileiros doadores regulares para 3%. No Estado, o Hemopi também se articula para melhorar sua estratégia de captação, com apoio de outros órgãos públicos.
 

Por Adrianno Magno