Por Assessoria de Comunicação SESAPI - secsaudepi@gmail.com
SUS passa a realizar transplante de medula para tratar anemia falciforme
A medida foi comemorada por profissionais que lidam com os portadores da doença no Piauí.
O Ministério da Saúde publicou nesta quarta-feira (1º), no Diário Oficial da União, a portaria nº 30 que incorpora o transplante de medula para tratamento da Anemia Falciforme no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi comemorada por profissionais que lidam com os portadores da doença no Piauí.
“Há muito tempo aguardávamos por essa portaria e esperamos que ela seja brevemente regulada, implantada e entre em vigor para vermos como irá se comportar os hospitais, como eles se adaptarão para oferecerem esse serviço” disse a Dra. Gildene Alves, hematologista e oncologista do Hospital Infantil Lucídio Portella (HILP).
Segundo a médica, o transplante não é indicado como a primeira alternativa para o tratamento da doença e sim procedimentos de suporte e medicação. “No Piauí não é feito esse tipo de transplante. Quando é indicado o transplante, os pacientes são enviados para outros estados, principalmente São Paulo e Pernambuco”, disse.
Atualmente, são tratadas no Hospital Infantil 200 crianças e adolescentes até 16 anos incompletos, 30 delas com indicação para transplante de medula. Depois dessa idade, os pacientes passam a ser tratados no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Piauí (HEMOPI).
Segundo a presidente da Associação de Portadores de Anemia Falciforme no Estado do Piauí (APAFESPI), Semiramis Guadalupe, estão cadastrados 498 portadores da doença na Associação.
No Brasil, existem entre 25mil a 50 mil portadores de anemia falciforme. O Ministério da Saúde acredita que, por ano, serão feitos cerca de 40 transplantes entre esses pacientes.
Sintomas e tratamento
A Doença Facilforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil afetando predominantemente a população negra e apresenta como principais sinais e sintomas a anemia crônica, a icterícia (olhos amarelos), crises de dores intensas e lesões irreversíveis a órgãos e tecidos.
O tratamento é feito com o uso de vacinação e penicilina nos primeiros 5 anos de vida, como profilaxia às infecções, uso regular de ácido fólico, medicamentos para a dor, uso de hidroxiuréia e, em alguns casos, transfusões de sangue de rotina.
No entanto, o uso crônico da transfusão pode ocasionar o desenvolvimento de anticorpos que tornam as transfusões menos eficazes. O transplante é, atualmente, a única possibilidade de cura.
Por Samara Augusta, com informações do MS