27 de Outubro de 2010 | Atualizado em 31 de Outubro de 2024
Por Divisa - divisa@saude.pi.gov.br

SAÚDE REÚNE HOSPITAIS PARA DISCUTIR CONTROLE DE INFECÇÃO PELA SUPERBACTÉRIA

A Secretaria Estadual de Saúde, através da Diretoria Estadual de Vigilância Sanitária vai reunir nesta terça-feira (26), às 11h na sede da Divisa, os hospitais da cidade de Teresina para discutir as estratégias de prevenção contra a bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), que já provocou mortes no Distrito Federal.

O secretário de Saúde, Telmo Mesquita, vai presidir a reunião que dará todas as orientações aoss hospitais sobre como proceder para impedir que as infecções hospitalares através da bactéria cheguem ao Piauí. Além disso, será traçada uma estratégia de combate às infecções através da KPC, caso seja constatada sua presença nos hospitais do estado.

 

De acordo com a gerente de Assistência e Serviços de Saúde, da Divisa, Lucimá Alves, não existe motivos para pânico, mas é importante que os hospitais fiquem atentos, especialmente suas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). “Agora mais que nunca as Comissões devem ficar atentas, se fortalecerem. A bactéria já existe no nosso organismo, mas quando fortalecida fica muito difícil de ser combatida, já que ela age em organismos debilitados de pessoas que já estão internadas e por isso ficam com a imunidade baixa”, explica Lucimá.

 

Na pauta da reunião, os técnicos da Vigilância Sanitária do Estado vão chamar atenção para a importância de certos procedimentos que previnem as infecções dentro dos hospitais. “Sem dúvida o procedimento mais eficaz contra as infecções é a lavagem correta das mãos. Não podemos perder de vista a importância disso. Desde o começo desse ano que a Vigilância Sanitária do Estado vem trabalhando junto as CCIH para garantir que esse procedimento faça parte do cotidiano de todos que trabalham, visitam ou de alguma forma precisam ir aos hospitais”, explica Lucimá.

 

Além do trabalho de orientação, divulgação e incentivo a implantação da lavagem correta de mãos nos hospitais do estado, seja públicos ou privados, a Divisa também vem trabalhando no cadastro dos indicadores de infecção hospitalar. “A Anvisa implantou um sistema on-line que a partir de agora devemos notificar as infecções hospitalares de corrente sanguínea. Já cadastramos os hospitais que possuem UTIs e se adequam a esse controle. Em breve a Anvisa vai estender esse controle e vai ser possível notificarmos as infecções em outras situações”, destaca a gerente.

 

Anvisa
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são inadequadas. E o problema ganha destaque quando aparecem os surtos, justamente o que está acontecendo no Brasil. Nesta segunda-feira, a Anvisa deve divulgar uma nota técnica dirigida a hospitais, secretarias de saúde e comissões de controle de infecção hospitalar.

 

Ainda na semana passada, os diretores da Agência aprovaram a obrigatoriedade de que os serviços de saúde brasileiros disponibilizem solução alcóolica para a higienização das mãos dos profissionais de saúde em todos os pontos de atendimento aos pacientes. Os estabelecimentos deverão cumprir a norma a partir de 60 dias, contados da publicação da resolução no Diário Oficial da União.

 

Já as farmácias e drogarias brasileiras vão passar a reter a receita médica durante a venda dos antibióticos. Esses estabelecimentos terão 30 dias para se adequar à norma a partir da publicação da medida. As duas resoluções devem ser publicadas no Diário Oficial da União na próxima semana. A decisão é decorrente dos recentes casos de infecção hospitalar que trouxeram à tona um problema de amplitude mundial: a resistência natural que microrganismos, como bactérias, vírus e fungos, adquirem ao longo do tempo e que pode ser acelerada por ações humanas, como o uso irracional de antibióticos.