Apesar das críticas que o secretário estadual de Saúde, Nazareno Fonteles, recebeu por adotar critérios técnicos, ao invés de político, na nomeação dos diretores dos hospitais regionais do interior, essa experiência já mostra resultados práticos positivos, como uma melhora na qualidade da assistência à saúde em diversos municípios do Estado. O trabalho que está sendo feito, por exemplo, no hospital regional Eustáquio Portela, localizado no município de Valença já representa uma vitória para a melhora da qualidade de vida da população do Estado, tendo em vista que, pela primeira vez em toda a sua história, o Piauí agora dispõe de um hospital público estadual com todas as enfermarias e consultórios climatizados. “Acho até que esse é um ato inédito no Piauí, eu não conheço nenhum outro hospital do Estado todo climatizado. Estamos providenciando também a canalização de oxigênio e ar comprimido, pelo menos nos pontos estratégicos do hospital”, declara a diretora do hospital, Valdeci Leite Barros. Ela aponta outras mudanças realizadas, com o abastecimento de todos os setores, recuperação de equipamentos (80% estavam sem condições de uso), recuperação da estrutura física, hidráulica e elétrica, assim como a valorização do pessoal e a busca permanente por um melhor atendimento ao paciente. Valdeci conta que quando assumiu a direção do hospital regional de Valença, no dia 06 de janeiro de 2003, encontrou a unidade de saúde em situação extremamente precária, apesar de tratar-se de um hospital regional, que atende a uma população de quase 100 mil habitantes. “Estávamos sem condição de realizar nenhum ato cirúrgico, com exceção de pequenos procedimentos, por falta de medicamento e rouparia, mas graças a nossa determinação e colaboração dos funcionários, hoje realizamos cerca de cinco a seis cirurgias, diariamente. Além disso, o hospital estava desabastecido em diversos setores, como farmácia, nutrição, higienização e material de expediente. A rouparia estava em frangalhos”, comenta a diretora. Ela acrescenta que as fossas do hospital estavam transbordando, por isso foi obrigada a providenciar imediatamente o esvaziamento das mesmas. “Encontrei até seringa de vidro no laboratório e no pronto-socorro do hospital, imediatamente substituímos por seringas descartáveis. Também começamos a fazer uma reformar na estrutura física do hospital, e está sendo recuperando a jardinagem”, acrescenta. Segundo a diretora do hospital, a população já sente a diferença e elogia as mudanças. “Adotamos o sistema de ouvidoria para saber das críticas e sugestões da população, assim como dos funcionários e dos internos, e já recebemos cartas ressaltando que a alimentação já melhorou e o atendimento também. Enfim”, destaca Valdeci. O hospital Eustáquio Portela tem atualmente 118 funcionários, sendo 50% efetivos e 50% serviço prestado. A média de internação é de 285 pessoas por mês, sendo que a média de atendimento do pronto-socorro é de 150 a 200 pessoas por dia. Já o serviço de ambulatório realiza cerca de 60 consultas, diariamente.