A formação e a precarização na área da Saúde foram os enfoques principais da primeira discussão da VI Conferência Estadual de Saúde, hoje (quarta-feira) pela manhã, no Rio Poti Hotel.
Na ocasião, a secretária de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Maria Luiza Jaeger apresentou a palestra "O Trabalho na Saúde", destacando especialmente os problemas referentes à gestão do trabalho, a questão da precarização, da regulação profissional, o plano de carreira, cargos e salários e tudo o que se refere à formação no setor. "Nós precisamos mudar a formação no trabalho, discutir a mudança na graduação, na pós-graduação na área de saúde e também um processo de educação permanente dos trabalhadores que estão na rede", enfatizou a representante do Ministério da Saúde. Para resolver a questão no âmbito federal, ela destacou que foi reativada a mesa nacional de negociação que tem a participação dos gestores, dos prestadores de serviço e da dos trabalhadores que está discutindo todas essas questões.
A discussão ainda contou com a participação do diretor do Centro de Ciências da Ufpi, Noé Fortes, o diretor da Faculdade de Ciências Médicas do Piauí, José Figueiredo, o presidente da CUT, José de Moura Neto, e a secretária estadual de Administração, Regina Sousa.
Na abertura do evento realizado na última terça-feira com a participação de mais de oitocentas pessoas, Maria Luiza Jaeger falou da importância de um Sistema Único de Saúde democratizado. "A gestão na área da Saúde é uma gestão com a participação dos usuários de serviços, dos trabalhadores e dos gestores. É a democratização do Estado. Esse é um sistema controlado pela sociedade e é ela que decide sobre as políticas de saúde", disse.
Ela ressaltou que o sistema de saúde do país representa um grande avanço que já vem sendo acompanhado de perto por outros países. "Antes da 12ª Conferência Nacional de Saúde vai haver um seminário com a participação de representantes de vários países. Eles vão acompanhar o evento já que ele é uma experiência quase única no mundo, principalmente na América Latina onde basicamente todos os sistemas de saúde não garantem nem a universalidade da atenção e muito menos a participação da população na definição das políticas", explica Maria Luiza.
Sobre a importância da habilitação do Estado do Piauí como gestor pleno de saúde, a representante do Ministério da Saúde disse que se trata de uma vitória de todos. "Essa gestão plena é importantíssima porque o Estado passa a receber os recursos do Governo Federal não mas como um prestador de serviço, passando a ter capacidade de gestão sobre esses recursos. São através das discussões no Conselho Estadual de Saúde, com a participação dos usuários, dos municípios e dos trabalhadores de Saúde, que serão decididas quais são as prioridades e o que deve ser feito no Estado do Piauí", revela Maria Luiza.