Segue até amanhã (sexta-feira) a 8ª Reunião da Macro Regional Nordeste sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, no Luxor Piauí Hotel. Estão participando da cerca de 50 Coordenadores do Programa de DST/AIDS Estaduais e Municipais, representantes dos Estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco, além do assessor de planejamento e avaliação do Programa Nacional de DST/AIDS, Moisés Tagliette. Na abertura do evento, o secretário da Saúde, Nazareno Fonteles, falou que existe um vírus muito mais perigoso do que o da AIDS. “O vírus que desorganiza o sistema de saúde, que gera o preconceito, que faz a saúde virar uma mercadoria e que não permite que os tratamentos sejam equânimes para todos é mais perigoso do que o vírus da Aids. Esse último é mais fácil de se controlar”, disse. Na reunião, estão sendo discutidas as estratégias para melhorar o diagnostico sobre AIDS nas Unidades de Saúde e a implementação do diagnóstico de CD4 e Carga Viral CV. Os participantes ainda estão tendo a oportunidade de colocar a situação de cada Estado em relação ao diagnóstico de HIV, além de trocar experiências sobre a doença e verificar os procedimentos mais eficazes. A coordenadora do programa DST/Aids da Secretaria Estadual da Saúde, Lilian Araújo, ressaltou que o principal problema do Piauí atualmente diz respeito aos reagentes para se fazer o teste. Apesar disso, a meta da Sesapi é aumentar para 600 o número de testes realizados por mês no Estado pelo seu Laboratório Central. Atualmente, são feitos uma média de 220 testes/mês. O representante do Programa Nacional de DST/AIDS, do Ministério da Saúde, Moisés Tagliette disse que atualmente o Brasil tem algo em torno de 260 mil casos de AIDS notificados, desses 44% já foram ao óbito. De acordo com ele, atualmente, a região Nordeste vem sendo a maior preocupação do Ministério da Saúde. “Temos ainda 135 mil pessoas em tratamento usando o famoso coquetel e desse total de casos notificados, 10% são da região Nordeste. Embora o nordeste tenha uma epidemia em números absolutos menor que a região sul e sudeste, aqui tem uma epidemia muito mais jovem. Ainda é uma epidemia em crescimento. Ele ainda falou que a reunião regional é importante para que se promova políticas direcionadas para o povo de cada lugar, garantindo assim a equidade do sistema de saúde. “Essas reuniões são para promover a equidade, que tanto fala o secretário da Saúde Nazareno Fonteles. Dar a resposta a necessidade ao povo de cada lugar. Tudo isso que você consegue compartilhar numa reunião que é regional. Além disso nós discutimos nessa reunião questões operacionais como a garantia dos exames de acompanhamento do CD4/carga viral e a necessidade de descentralização desses exames”, destacou Tagliette. O assessor também ressaltou a necessidade de se aumentar o número de testes de HIV em todo país. “A campanha Fique Sabendo será ampliada, será uma ação continuada no sentido de ampliar a testagem no país. Hoje nós testamos em média 1,5 milhões de brasileiros por ano e nós temos que atingir algo em torno de 4,5 milhões de brasileiros/ano para que a gente possa ter um nível de 70% da população testada acumulada nos próximos anos. Atualmente ainda estamos em 30%. Para isso precisamos de uma reestruturação da rede de diagnóstico. Não só no que se refere aos laboratórios, não também do acesso à coleta e ao aconselhamento”, disse. Existem, atualmente, no Estado 1.651 casos registrados de AIDS desde o aparecimento da doença no Piauí, em 1986. A Secretaria Estadual da Saúde oferece o teste de HIV totalmente gratuito, no CTA, que fica na Praça João Luiz Ferreira, na Rua David Caldas 228, 4º andar. Os testes são realizados todas as segundas e quintas-feiras e não precisa de solicitação médica para fazê-lo. São garantidas ainda total sigilo sobre o resultado e um acompanhamento especializado.