O Piauí, assim como outros Estados do Brasil, não está livre de doenças como o sarampo. Apesar dos últimos casos terem sido confirmados em 2001, todo o país dever estar em alerta, mantendo a cobertura vacinal mínima de 95% em todos os municípios.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual da Saúde estão realizando um seminário, que começou nesta quinta-feira, com o objetivo de implementar as ações de vigilância do Plano de Erradicação do Sarampo, Controle da Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita, no Estado do Piauí. Estão participando do evento, os técnicos responsáveis pela vigilância epidemiológica nas secretarias municipais de saúde e coordenadores regionais.
A representante da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Maria Salet Parise, veio especialmente ao Piauí para apresentar a “Situação Atual do Plano de Erradicação do Sarampo no Continente Americano e no Brasil”. Ela ressalta que a vacina é a única forma de prevenir a ocorrência do sarampo e da rubéola na população.
Segundo Salet, o risco da doença para indivíduos suscetíveis é contínuo em função da contínua circulação do vírus do sarampo e rubéola em várias regiões do mundo e da facilidade em viajar por esses lugares. É necessário, portanto, manter um alto nível de imunidade na população, por meio de coberturas vacinais elevadas, iguais ou superiores a 95%, o que reduz a possibilidade da ocorrência das doenças, permitindo o controle da rubéola e a erradicação da transmissão do vírus do sarampo. “Temos que garantir que a comunidade esteja protegida porque ocorrendo casos importados da doença a população não estará suscetível”, destaca a técnica do ministério da Saúde.
O sarampo, assim como a rubéola, é uma doença infecto-contagiosa, que já é uma das principais causas da morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos, sobretudo as desnutridas e as que vivem nos países subdesenvolvidos, sendo a causa mais freqüente de óbito infantil evitável por vacina. No ano de 1990 foram registrados 246.612 casos de sarampo em todo continente Americano, mas à medida que a cobertura vacinal foi melhorando esse número de casos foi reduzido drasticamente.
Em relação ao Brasil, os últimos casos de sarampo confirmados foram casos importados do Japão: uma criança de 7 meses em 2001 e outra de 2 anos em 2002. Em 2000, dos 15 casos de surto no Acre 4 eram menores de 1 ano. Já nesse ano de 2003, não foi confirmado nenhum caso de sarampo.A erradicação do Sarampo é meta nacional, estabelecida a partir de 1992, e faz parte de compromisso internacional, vez que em 1995 foi proposta como meta para a Região das Américas.
No caso da rubéola, em 2001 e 2002, o Brasil realizou campanhas de vacinação contra rubéola em mulheres em idade fértil, como parte de um plano de controle acelerado da síndrome da rubéola congênita. Ainda que se tenha alcançado altas coberturas vacinais nessas campanhas, a vacina contra essa doença, na forma monovalente ou dupla virual, está disponível nos serviços de saúde para mulheres de 12 a 49 anos. Segundo dados provisórios do Ministério da Saúde, foram confirmados desde o início do ano até o mês de outubro, 300 casos da doença no país, sendo o maior número de casos na região Sudeste, que apresentou 178 casos de rubéola.
Em relação aos dados referentes ao Piauí, a exposição ficou por conta da Gerente de Vigilância em Saúde da Sesapi, Liana Vasconcelos. Ela destacou que o último registro de casos de sarampo no Estado foi no ano de 1999. Já no que diz respeito à rubéola, Liana afirma que esse ano foram confirmados 5 casos da doença no Piauí. “A secretaria estadual da Saúde espera com esse seminário alertar os profissionais de saúde, em especial aqueles que fazem parte da vigilância epidemiológica, para que busquem o efetivo engajamento na notificação imediata, na investigação epidemiológica oportuna e na execução das medidas de controle frente ao surgimento da existência de casos”, afirma.
Profissionais que têm muito contato com turistas estão no grupo de risco
A vacina recomenda no Brasil tanto para os casos de sarampo, como rubéola e caxumba, é a tríplice viral, que é administrada aos 12 meses de idade, quando na rotina. Apesar das crianças serem prioridade das estratégias voltadas à erradicação do sarampo, um pequeno percentual de adolescentes e adultos jovens permanece suscetível à doença, pois escaparam tanto da infecção natural como da vacinação. São os grupos de riscos, entre os quais se destacam: profissionais e estudantes da área da saúde, profissionais de educação, profissionais da rede hoteleira, motoristas de táxi, populações institucionalizadas (de quartéis, prisões, centros de reclusão de menores, albergues, alojamentos, universitários), populações que migram de localidades onde as coberturas vacinais anteriores e/ou atuais são baixos, adolescentes e adultos que viajam para países onde o sarampo é endêmico.Para prevenir a ocorrência de surtos de sarampo entre as pessoas que compõem esse grupo de risco, deve haver um esforço adicional para aumentar a imunidade nessas pessoas.
Também existe a vacinação de bloqueio, que é considerada uma estratégia de vacinação que deve ser adotada frente a casos suspeitos, para evitar o surgimento de casos de sarampo. Ela deve ser realizada quando ocorre um ou mais casos suspeitos de sarampo, envolvendo o grupo de seis meses a 39 anos de idade. Nesse caso, devem ser vacinadas as pessoas do mesmo domicílio do caso suspeito, vizinhos próximos, creches, ou quando for o caso, as pessoas da mesma sala de aula, do mesmo quarto de alojamento ou da sala de trabalho, etc.
Assim como há grupos de riscos, também existem as áreas de riscos, como fronteiras, locais onde tenham multinacionais, portos e aeroportos. Deve existir um controle específico nessa área.
TRANSMISSÃO DO SARAMPO
O sarampo é transmitido diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Essa forma de transmissão é responsável pela elevada contagiosidade da doença.
SINTOMAS DO SARAMPO
Febre, em geral elevada, acima de 38,5ºC;
Tosse, em geral seca e irritativa;
Coriza;
Conjuntivite, em geral com fotofobia.
COMPLICAÇÕES DO SARAMPO
Infecções Respiratórias (pneumonia, otite média)
Desnutrição e as doenças diarréicas e neurológicas (convulsão febril, irritação meníngea e hipertensão intracraniana, encefalite ou meningoencefalite)
SEQÜELAS DEIXADAS PELO SARAMPO
Diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento.