O secretário estadual da Saúde, Nazareno Fonteles, participou, nesta terça-feira, da sua última reunião como presidente do Conselho Estadual de Saúde. Na ocasião, ele pediu aos conselheiros que ajudassem na fiscalização das ações de saúde, inclusive incentivando os conselhos municipais a também desempenharem esse papel. “O Ministério Público, que tem suas ramificações espalhas pelos municípios, também dever ter a coragem da ajudar a secretaria estadual da Saúde a fiscalizar como está funcionando o Programa de Saúde da Família nos municípios. A evolução da atenção primária requer uma parceria entre Estado, municípios, conselhos municipais, Ministério Público, movimentos populares, e do próprio Conselho Estadual de Saúde”, comenta Fonteles. Nazareno acrescenta que é preciso que a sociedade discuta outros assuntos para melhor aperfeiçoamento dessa área, como as relações trabalhistas dos profissionais do PSF, a capacitação desses profissionais, e integração deles com a rede hospitalar. Durante a despedida, o secretário também prestou conta em relação ao andamento das auditorias que estão sendo realizadas pelo Ministério da Saúde para apurar desvio de recursos do SUS, destacando os avanços conseguidos em função dessa iniciativa. “Apesar da conclusão da auditoria está prevista apenas para o próximo ano, ou seja, depois que eu me afastar, acho que já avançamos muito porque ajudamos a prevenir ações de corrupção onde os indícios existem. Segundo informações que recebi da Diretoria de Controle, Avaliação, Regulação e Auditoria, muitas internações desnecessárias já diminuíram, sempre tínhamos que fazer corte porque o dinheiro não dava, mas estava dando”, destaca. O secretário acha que a secretaria irá economizar muito mais quando o sistema de auditoria tiver funcionando a contento, após a convocação dos auditores que passaram no último concurso realizado pela Sesapi. Ele ainda destacou que outras medidas administrativas de combate à corrupção foram implementadas na secretaria. “Não cabe ao secretário aplicar o poder de polícia. Combater a corrupção é algo permanente, não é fácil. Mais tenho certeza que os primeiros passos foram dados. Conseguimos, por exemplo, detectar uma falha numa licitação e evitamos que o Estado tivesse um prejuízo de R$ 6 milhões, porque não foi pago um tostão desses recursos”, afirma Nazareno. O secretário de Saúde também considera um grande acerto ter definido critérios técnicos na escolha dos diretores dos hospitais do interior, iniciativa que inclusive foi reconhecida através de uma moção de apoio, durante a realização da IV Conferência Estadual de Saúde, na primeira quinzena de outubro. “Aconselho a todos a viajarem pelos hospitais do interior para ver que em São Raimundo Nonato, por exemplo, estão colocando cadeiras acolchoadas nos hospitais públicos, enfermarias com ar-condicionado, e que em Picos está aumentando significativamente o atendimento ambulatorial e a realização de cirurgias, o que diminui o deslocamento para a capital. O conselho, e toda sociedade, precisa também conhecer o lado positivo, além de criticar o que há de negativo”, afirma. Nazareno também pediu o apoio do conselho para o próximo secretário de saúde, Bruno Figueiredo. “Quero agradecer a todos pelos momentos de consensos e conflitos que tivemos no conselho, que ajudam a gente a construir uma política maior e mais correta. E gostaria que vocês se empolgassem mais por um SUS cada vez mais público e de qualidade”, finaliza.