“Os principais responsáveis pela multiplicação do mosquito da dengue são os depósitos de água que estão nas residências”, com essa afirmação a Gerente da Vigilância à Saúde da SESAPI, Liana Vasconcelos, fez a abertura da reunião do Comitê Estadual de Combate a Dengue, hoje, pela manhã, na sala de reunião da Secretaria Estadual de Saúde.
Segundo Liana, 90% dos criadouros da dengue estão nas residências. A população sabe as medidas de prevenção da doença e não mudam os hábitos, continuam deixando reservatórios com água para que o mosquito se reproduza.
Com a chegada do inverno, a preocupação do Comitê Estadual de Combate a dengue, é que o número de casos da doença aumente. Para tanto, estão preparando uma grande mobilização, no período de 24 à 29 de novembro, com a participação de todos os municípios e da comunidade para alertar a população sobre os riscos do aumento de casos com a chegada das chuvas.
A programação para a Semana de Mobilização Contra a dengue consta de palestras nas escolas com distribuição de material educativo, apresentação de vídeos e mutirões de limpeza nos principais bairros do município. A ANVISA vai montar stands educativos sobre a doença no Aeroporto de Teresina e Porto das barcas em Parnaíba, com apresentação de vídeos e palestras sobre a dengue.
Estavam presentes na reunião, além da Secretaria Estadual de Saúde, representantes da FUNASA, Fundação Municipal de Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA, Universidade Estadual, Conselho de Secretários Municipais de Saúde e Vigilância Sanitária do Estado.
Situação da Dengue no Estado
Este ano, foram notificados 12.087 casos de dengue no Estado, um aumento de 5,11% em relação ao ano anterior. Do total de casos confirmados 55,43%, isto é 6.700 casos, foram diagnosticados por critério clínico e 17% (2.054 casos) tiveram confirmação laboratorial. Foram confirmados também 28 casos de dengue hemorrágica no Estado. Com ocorrência de dois óbitos no município de Teresina.
Segundo Liana Vasconcelos, Gerente de Vigilância à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, quanto a infestação do mosquito Aedes aegypti, observa-se variações cíclicas com seu pico no período das chuvas(janeiro à maio), quando o mosquito encontra grande variedade de criadouros para sua reprodução, principalmente nas residências, onde encontram-se 90% dos casos.
A organização Mundial de Saúde-OMS preconiza que há maior probabilidade da ocorrência de epidemia quando os índices de infestação predial estão acima de 1,0%, embora, segundo técnico da Vigilância Ambiental da SESAPI, Antônio Manoel, não exista limite abaixo do qual se possa ter certeza que não correrá transmissão em níveis epidêmicos. Em 2002, o Piauí apresentava 31% dos municípios com índice de infestação predial zero. Em 2003 houve um decréscimo para 25,6% dos municípios que ainda não apresentaram infestação.
Para o controle da dengue vêm sendo desenvolvidas ações de pesquisa e eliminação de focos do Aedes aegypti pelo nível local em ciclos bimestrais nos municípios infestados, além de ações de Vigilância Epidemiológica e laboratorial para detecção de transmissão da dengue e aplicação de inseticidas, visando baixar e interromper a transmissão.