A Secretaria Estadual da Saúde considerou positiva a Semana de Mobilização de Combate a Dengue, realizada no período de 24 a 29 de novembro.
Durante a Semana de Mobilização no Estado, 76 municípios participaram ativamente do combate ao mosquito Aedes aegypti, num total de 923.247 pessoas envolvidas na Campanha na zona urbana e 155.229 na rural. Os Agentes de Endemias das Secretarias Municipais de Saúde visitaram 710.880 domicílios, 864 repartições públicas, 1.668 escolas, 157 hospitais, 23 Parques, 38 Ginásios de Esportes, 117 Clubes, 41 Empresas de grande porte e 25 Terminais de Transportes.
As equipes de mobilização realizaram panfletagem, apresentações de teatro, pedágio, mutirões, feiras educativas, gincanas, caminhadas e jogos com o objetivo de alertar a população que o risco de aumento de casos da dengue é real com a chegada das chuvas, e a população deve adotar as medidas de prevenção.
Além disso, cerca de 1.203 toneladas de lixo foram recolhidas nos mutirões de limpeza nos principais municípios do Estado.
O Supervisor da Dengue da SESAPI, Antônio Manoel, acredita que a mobilização tenha contribuído para alertar a população sobre os riscos do aumento de casos da doença com a chegada do inverno.
Segundo Manoel, os principais responsáveis pela multiplicação do mosquito da dengue continuam sendo os depósitos de água, o que significa que 90% dos criadouros da dengue estão nas residências. “A população sabe as medidas de prevenção da doença e não mudam os hábitos, continuam deixando reservatórios com água para que o mosquito se reproduza”.
Situação da Dengue no Estado
Este ano foram notificados 12.087 casos de dengue no Estado, um aumento de 5,11% em relação ao ano anterior. Do total de casos confirmados, 55,43%, isto é 6.700 casos, foram diagnosticados por critério clínico e 17% (2.054 casos) tiveram confirmação laboratorial. Foram confirmados também 28 casos de dengue hemorrágica no Estado. Com ocorrência de dois óbitos no município de Teresina.
Segundo a Gerente de Vigilância à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Liana Vasconcelos, quanto à infestação do mosquito Aedes aegypti, observa-se variações cíclicas com seu pico no período das chuvas (janeiro à maio), quando o mosquito encontra grande variedade de criadouros para sua reprodução, principalmente nas residências, onde encontram-se 90% dos casos.
A organização Mundial de Saúde-OMS preconiza que há maior probabilidade da ocorrência de epidemia quando os índices de infestação predial estão acima de 1,0%, embora, segundo técnico da Vigilância Ambiental da SESAPI, Antônio Manoel, não exista limite abaixo do qual se possa ter certeza que não correrá transmissão em níveis epidêmicos. Em 2002, o Piauí apresentava 31% dos municípios com índice de infestação predial zero. Em 2003 houve um decréscimo para 25,6% dos municípios que ainda não apresentaram infestação.
Para o controle da dengue vêm sendo desenvolvidas ações de pesquisa e eliminação de focos do Aedes aegypti pelo nível local em ciclos bimestrais nos municípios infestados, além de ações de Vigilância Epidemiológica e laboratorial para detecção de transmissão da dengue e aplicação de inseticidas, visando baixar e interromper a transmissão.