A Secretaria de Estado da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pactuaram hoje (4) com prefeitos e gestores municipais da saúde as ações a serem desenvolvidas no processo de Planificação da Planície Litorânea, em mais uma etapa para fortalecimento da Atenção Primária nos municípios da região. O encontro aconteceu em Parnaíba, na Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

Assinaram o termo de pactuação os municípios de Caraúbas, Cajueiro da Praia, Buriti dos Lopes, Murici dos Portelas, Cocal, Ilha Grande e Caxingó. A pactuação das ações com os gestores municipais é o início da segunda etapa do projeto, de acompanhamento de tutorial e qualificação de tutores do Estado e dos municípios, na qual serão consolidadas as mudanças no processo de trabalho das equipes, aonde as unidades básicas de saúde funcionarão como laboratórios. 

Para Dr. Telmo Mesquita, secretário de Saúde em exercício, o trabalho de base é fundamental para o êxito futuro. “Esse processo é uma maneira de minimizar os problemas da atenção básica, com esse projeto, pretendemos evitar vários agravos de saúde ainda no início. Queremos melhorar a qualidade da nossa atenção primária, mudando a realidade dos nossos indicadores de saúde. Aos gestores, é uma forma de organizar e metodologia de trabalho para prevenção de saúde, vamos trabalhar em prol do nosso Piauí”, explica o secretário.  

Na oportunidade, o diretor de Vigilância e Atenção à Saúde, Herlon Guimarães, apresentou aos prefeitos a situação atual e indicadores de saúde na da Planície Litorânea. Os dados apontam que em 2017, das 88.539 internações da região, 42.616 foram por causas que poderiam ser evitadas na própria atenção primária, representando 48,1%. Além disso, 61% da mortalidade poderia ser evitável com ações de prevenção e tratamento precoce a doenças não transmissíveis.  Os dados apresentados pelo diretor são do DATASUS. 


A Planificação da Planície Litorânea é um trabalho feito em parceria com o Conass, que se propõe a reorganizar os processos de trabalho da atenção primária, integrando-os a atenção especializada, articulando com todos os profissionais que atuam na atenção básica. 

“Precisamos enxergar a saúde além da média e alta complexidade, a planificação vem para vermos que precisamos resolver a base primeiro para podermos avançar nos indicadores de saúde. Espero que cada prefeito aqui presente esteja motivado e ciente da importância da planificação e de seu papel como gestor em apoiar esse processo nos municípios”, comenta Gil Carlos, presidente da Associação de Piauiense de Prefeitos Municipais (APPM), aos gestores. 

A primeira etapa do projeto foi concluída ano passado, com orientações por meio de seminários temáticos, mediados por técnicos do Conass, onde foram estudados dados específicos das regiões e analisadas as rotinas dos processos daquela equipe e elaborados planos de reorganização, levando em conta cada realidade específica. As oficinas envolviam partes teóricas e práticas. Ao final de cada uma, foram feitos projetos que estão sendo aplicados pelos profissionais de Saúde da Família nas unidades onde atuam.

A tutora do Conass, Ana Angélica, conscientiza os gestores de que “quando uma pessoa é atendida lá no posto de saúde, houve todo um processo de decisão e estratégias pra que aquilo fosse possível, e é isso que estamos fazendo aqui, tomando decisões para fortalecer e reestruturar a atenção primária, trabalhando todos em conjunto para melhorar os indicadores de saúde”. 

No Piauí, a Planície Litorânea foi a primeira região a ser aplicada a metodologia, vez que já fez a adesão às Redes de Atenção, dentre elas a de Urgência e Emergência, Cegonha, Pessoas com Doenças Crônicas, além de sediar uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), contando também com faculdades e universidades que formam profissionais na área de saúde.

Por: Denise Nascimento