O Piauí contará com o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (CIATEN), o serviço pioneiro foi possível pela união de esforços e recursos da Secretaria de Estado da Saúde e Universidade Federal do Piauí (UFPI). A assinatura do termo de cooperação foi assinada nesta sexta-feira (07), pelo secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto.

 

O Centro de Inteligência tem o objetivo de integrar ensino e serviço, fortalecendo o Sistema Estadual de Saúde e aprimorando o desenvolvimento de políticas públicas dessas áreas problemáticas, além de ser apoio às atividades de estágio para os cursos na área da saúde ofertados pela UFPI. O CIATEN funcionará no Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro de Teresina.

 

Nesse contexto entendemos a necessidade, enquanto Governo e Universidade de entrar em consonância e criar uma instituição de alto nível no Estado do Piauí capaz de gerar conhecimentos acerca dos agravos à saúde, tropicais emergentes e negligenciados, como apoio à implantação de políticas públicas mais eficientes para combater essas doenças”, explica o secretário Florentino Neto, completando que a Secretaria de Estado da Saúde fará as adequações físicas e aquisição de equipamentos para implantação e funcionamento do Centro por meio de recursos Tesouro Estadual.

 

Para o coordenador do projeto e professor da UFPI, Carlos Henrique Costa, o CIATEN priorizará os principais agravos que acometem o Piauí, como as leishmanioses, doença de chagas, tuberculose e hanseníase. O Centro vai agir por meio de professores, cientistas e técnicos para identificar áreas e eleger prioridades, produzindo novos conhecimentos.

 

É um projeto grandioso que temos aqui no Piauí, além de trabalhar com pessoas que já tem conhecimento técnico sobre essas áreas, discutir com estados vizinhos e qualificar os municípios para lidar com esses agravos, vamos trabalhar com os estudantes na área de saúde pra poder desenvolver nesses profissionais do futuro essa visão diferenciada a cerca desses agravos. Nossa intenção é que daqui alguns anos poderemos produzir conhecimentos biotecnológicos que possam servir como base para produção de fármacos e dispositivos para o diagnóstico”, explica o coordenador.

 

O que são as doenças tropicais, emergentes e negligenciadas?

 

As doenças tropicais são aquelas com maior incidência nas regiões situadas entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Algumas são de causas internas não infecciosas, como alguns tipos de câncer e certas anemias genéticas, mas a maioria é de causas infecciosas; por parasitas como malária, leishmaniose e a doença de chagas; por bactérias como a tuberculose, hanseníase e cólera; por vírus, como AIDS, dengue e febre amarela ou por fungos.

 

As doenças emergentes são as que surgiram ou que aumentaram a incidência nos últimos anos. Entre elas estão muitas doenças tropicais, algumas tendo surgido nos últimos dois ou três anos que têm causados epidemias de elevado impacto, levando a malformações congênitas, acometimento do sistema nervoso central, ou doenças crônicas debilitantes, como a Zika, chikungunya e encefalite do Nilo Ocidental.

 

Os acidentes com veículos, especialmente com motocicleta, e violências intencionais também são consideradas doenças emergentes.

 

As doenças negligenciadas são aquelas que acometem as populações mais pobres e vulneráveis, para as quais existem poucos investimentos em pesquisas, desenvolvimento de medicamentos e políticas públicas adequadas para o seu controle em curto prazo.