O SAMU Aéreo completa 10 anos de funcionamento nesta quarta, dia 31 de maio. O serviço, iniciado em 2013, já realizou mais de 1000 voos ajudando no atendimento de piauienses que precisavam de um deslocamento mais rápido para chegar a uma das unidades de saúde da rede estadual em Teresina para atendimento especializado.  Neste período, o serviço não registrou nenhum óbito durante o deslocamento.

A solenidade em comemoração a data aconteceu na base do serviço, no aeroporto de Teresina, e contou com a presença do secretario de saúde, Antonio Luiz; do superintendente de atenção a média e alta complexidade, Dirceu Campelo; do diretor da Unidade de Controle, Avaliação, Regulação e Auditoria, Rodrigo Martins e do coordenador da Rede de Urgência e Emergência da Sesapi, Telmo Mesquita, além de toda a equipe do Samu Estadual.

Durante a solenidade, o secretário anunciou que a Sesapi está finalizando um convênio com a Secretaria de Segurança para o uso do helicóptero pela equipe do Samu Aéreo, possibilitando o atendimento em locais onde o avião não consegue pousar.

“São 10 anos de Samu Aéreo. É uma atividade que salva vidas. Promove o deslocamento de pacientes em estado muito grave. É um serviço restrito, pois só pode atuar onde tem pistas homologadas para pousos. Não em toda cidade que ele pode pousar e trazer pacientes. Em um futuro breve teremos o apoio do helicóptero da polícia que também poderá funcionar como Samu Aéreo. O helicóptero consegue chegar aonde o avião não vai. É um serviço muito importante e a população precisa dele”, disse o secretário.

Ainda durante o evento, todos os profissionais que atuam no Samu Aéreo foram homenageados.

De acordo com a coordenação do SAMU estadual, ao longo desses 10 anos foram realizados 1054 atendimentos de excelência nas mais diversas situações, desde o transporte de gestantes de alto risco, politraumatizados, neonatais até o atendimento de pacientes que sofreram infartos ou acidente vascular cerebral. 

Seguindo um processo de trabalho minucioso e através da regulação, o SAMU aéreo identifica e define quais os pacientes podem ser transportados pela aeronave. Cristiane Rocha, coordenadora do SAMU estadual, destaca que são 10 anos de um serviço essencial para garantir uma melhor assistência à população.

“O Samu aéreo nos possibilitou dar a assistência necessária para muitos casos que precisaram de um transporte mais rápido para a capital. Ter a possibilidade de garantir a chegada de um paciente de São Raimundo Nonato, por exemplo, em 1h30 para a assistência médica na capital, é algo importante para salvar inúmeras vidas. Logicamente existem requisitos para que o paciente possa receber esse tipo de atendimento, mas a presença do serviço é de suma importância para a assistência a saúde do nosso estado”, disse a coordenadora.

O Serviço
O SAMU Aéreo conta hoje com uma equipe multiprofissional que é capacitada para os mais diversos tipos de transportes de pacientes. Ao ser notificado da necessidade do transporte de um paciente através do SAMU Aéreo, a equipe prepara a aeronave de acordo com a necessidade da missão que vai acontecer. 

O alto nível do serviço deve estar presente em todas as etapas da ação, desde a preparação até a chegada na capital para ser encaminhado ao hospital de destino.

Irayldes Cunha é enfermeira e integrante da equipe do SAMU Aéreo desde o início do serviço. Ela fala que, apesar de cada missão ter suas próprias características e cuidados, sempre que o serviço é acionado, a equipe em plantão trabalha com o objetivo de levar o melhor atendimento possível para os pacientes.

“O nosso foco é levar um trabalho de excelência a todos que necessitarem do serviço. Havendo uma ocorrência nós analisamos o diagnóstico do paciente e preparamos a aeronave de acordo com o quadro dele, montando os equipamentos que vamos precisar para aquele tipo de transporte. É satisfatório ver ao longo desses anos diversos pacientes que foram atendidos pelo serviço se recuperando, percebemos que somos uma ponte que leva a esperança para diversos pacientes e familiares”, fala a enfermeira.

Salvando vidas
A satisfação e o empenho da equipe são justificados pelos resultados. Zuleidia Solon, do município de Guadalupe (337 km da capital), é mãe do João Gabriel, um dos pacientes atendidos pelo Samu Aéreo. No dia 30 de dezembro de 2016, o jovem sofreu um acidente que resultou em um quadro de politraumatismo, onde devido a gravidade foi recomendada a transferência para uma unidade de saúde na capital. 

“A eficácia e a rapidez que o samu aéreo proporcionou ao meu filho, possibilitando ele a chegar rapidamente em Teresina, com certeza foi um dos principais motivos dele ter se recuperado. Queremos agradecer a toda a equipe do serviço pela qualidade do atendimento prestado, por causa do serviço que eles desempenharam meu filho se recuperou”, disse Zuleidia.

Outra família que precisou da assistência prestada pelo serviço é a do Léo Monteiro Sérvio de Carvalho. O jovem, residente do município de Floriano, também foi vítima de um acidente na madrugada do dia 05 de julho de 2020.

“Após o acidente, o Léo contou com a assistência da ambulância do SAMU, mas foi constatado que a situação dele estava se complicando devido à gravidade do acidente e assim foi feita a solicitação para que o samu aéreo fizesse a transferência dele para Teresina”, explicou Genival Ribeiro de Carvalho, pai do rapaz.

 “A assistência do SAMU aéreo foi de suma importância para eu conseguir me recuperar e hoje estar aqui falando sobre o caso. Gostaria de agradecer por toda a eficiência e cuidado que a equipe teve comigo, mas também agradecer a todas as áreas que participaram do meu atendimento”, falou Léo Monteiro.

Quem pode ter acesso ao serviço? 
Cristiane Rocha destaca que são casos como o do Léo Monteiro e do João Gabriel que fazem o serviço mostrar sua essencialidade dentro do sistema de saúde estadual, no entanto, ela reforça que existem requisitos que o paciente deve apresentar para que o serviço possa atender.

“O Serviço é muito positivo, mas a população precisa entender que nem todo quadro de saúde permite o transporte através do SAMU aéreo, por isso é essencial que o médico que esteja acompanhando o caso faça uma análise e verifique a viabilidade da transferência para Teresina através do serviço”, fala a coordenadora.

Diferente das ambulâncias, que o usuário pode acionar o serviço através do contato 192 esteja ele onde estiver, o SAMU aéreo é focado em fazer o transporte aeromédico de pacientes que já estejam internados em uma unidade hospitalar da rede estadual.

O médico que está acompanhando o paciente naquela primeira unidade da rede estadual, identificando a necessidade da transferência via aérea para uma outra unidade que possa dar mais resolutividade ao quadro de saúde daquele paciente, entra e contato com a central de regulação e solicita o transporte justificando a necessidade do serviço.

“Vale ressaltar que 92 municípios possuem unidades terrestres do SAMU prontas para atender a população e que o SAMU aéreo só entra em trabalho seguindo essas normas e atendendo casos excepcionais”, falou a coordenadora.