O transporte de paciente infantil cardiopata é uma tarefa complexa e delicada que requer atenção especializada e cuidados minuciosos. As crianças com problemas cardíacos podem apresentar condições médicas sensíveis, tornando o processo de transporte mais desafiador. 

Por isso, os profissionais de saúde do Hospital Infantil Lucídio Portella (Hilp), que em breve começará a realizar cirurgias cardíacas pediátricas, participaram na tarde desta quarta-feira (26) de um treinamento prático nos setores da internação, centro cirúrgico e UTI.

O treinamento foi conduzido pela equipe de cirurgiões cardíacos formada pelos médicos Sebastião Martins, Jocerlano Sousa e Joaquim Aprígio.

“Durante o treinamento foram destacados os aspectos cruciais que profissionais de saúde e familiares devem considerar para garantir uma jornada segura e eficaz”, informa a chefe de Enfermagem do Hilp, Vanda Rodrigues.

De acordo com Joaquim Aprígio, o fator crucial para uma adequada transição de cuidados no transporte do paciente é uma integração entre as diversas equipes que participam na assistência, o que reforça a importância do treinamento.

“Isso envolve uma avaliação minuciosa do estado clínico da criança, revisão de seus registros médicos e a identificação de quaisquer fatores de risco potenciais. Além disso, é fundamental que a equipe esteja treinada e qualificada para identificar e resolver interferências nessa fase tão importante", informa o cirurgião.

De acordo com o superintendente de média e alta complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo, durante o transporte é imprescindível contar com equipamentos de suporte vital apropriados e monitoramento contínuo dos sinais vitais da criança.

"Isso inclui a presença de monitores cardíacos, oxímetros de pulso, ventiladores, entre outros dispositivos essenciais. A manutenção e calibração regular desses equipamentos são fundamentais para garantir a sua precisão e eficácia”, destaca.

A equipe médica deve estar preparada para intervir prontamente em caso de alterações na pressão arterial, frequência cardíaca ou outros sinais de comprometimento cardiovascular. A administração de medicamentos específicos e o ajuste da ventilação mecânica podem ser necessários para manter a estabilidade circulatória.

A equipe deve ainda monitorar de perto os níveis de oxigênio no sangue da criança e estar pronta para fornecer suporte respiratório adicional, se necessário. “Apesar de todos os cuidados tomados, situações de emergência poderão ocorrer durante o transporte, por isso a  equipe médica está sendo treinada para reconhecer e responder rapidamente a problemas como arritmias cardíacas, insuficiência respiratória ou outras complicações agudas”, declara o diretor geral do Hilp, Ribamar Bandeira.