A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), por meio da Coordenação de Infecções Sexualmente Transmissíveis, realizou na manhã desta terça-feira (17) a primeira reunião do Comitê Estadual de Investigação e Prevenção da Transmissão Vertical da Sífilis e HIV. O comitê foi instituído por meio de portaria N° 5147, de 10 de Agosto de 2023, e tem como objetivo investigar a ocorrência de casos onde houver a transmissão da sífilis ou HIV da gestante para o seu bebê, ajudando a identificar problemas no âmbito do pré-natal ou do parto que acabaram influenciando na infecção e se de alguma forma poderia ser remediado.

O terceiro sábado do mês de Outubro é alusivo a campanha de combate a sífilis no âmbito nacional. Além do início dos trabalhos do comitê, a Sesapi vem planejando toda uma programação de testagem em parceria com órgãos e municípios para ajudar na identificação precoce de casos, permitindo o tratamento mais oportuno. Dados da Sesapi apontam que em 2022 foram registrados 132 casos de sífilis congênita.  Em 2023 já foram registrados 274 casos.

“É uma doença antiga, diagnosticável, tratável e curável, mas que ainda hoje se torna um problema de saúde pública. Nós percebemos o aumento de casos de sífilis e sífilis congênita dentro do estado, então, precisamos somar esforços para reduzir esses casos, seja no âmbito de testagens para diagnóstico precoce ou ações de conscientização sobre prevenção e tratamento”, explica Karina Amorim, coordenadora de IST’s da Sesapi.

Socorro Trindade, do núcleo hospitalar de epidemiologia da Maternidade Dona Evangelina Rosa, destaca que os trabalhos do comitê terão grande relevância para a saúde de mães e bebês.

“A quebra da cadeia de transmissão dessas doenças é essencial para garantir mais saúde e uma melhor qualidade de vida para nossos recém nascidos, uma vez que a transmissão vertical dessas doenças para bebês pode causar diversos problemas como neurosífilis, cegueira e até mesmo levar a morte”, fala a técnica.

Elna Amaral, Médica Infectologista e coordenadora do ambulatório de HIV/AIDS do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, reforça a necessidade de um diagnóstico precoce da doença, facilitando o tratamento e ajudado a quebrar a cadeia de transmissão.

“É indicado que antes de engravidar a mulher já venha realizando testagem para verificar a presença ou não de infecções. Durante a gestação, o pré-natal é essencial para a identificação de qualquer problema. Caso seja identificada a infecção, existem tratamentos e condução adequada para evitar a infecção no bebê”, afirma a médica.