O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), alinhado às melhores práticas de segurança e buscando minimizar os incidentes transfusionais dentro das redes de saúde do estado, entregou na manhã desta quarta-feira (22), na sede da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), o Protocolo Estadual de Transfusão Segura (PETS), elaborado em parceria com a Sesapi, Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM/PI), Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren/PI), Fundação Municipal de Saúde (FMS) e Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado do Piauí (Divisa/PI). 

A Hemovigilância é o conjunto de procedimentos de vigilância que abrange todo o Ciclo do Sangue (da coleta até a transfusão no leito hospitalar), com o objetivo de prevenir o aparecimento ou recorrência de eventos adversos, melhoria da qualidade dos processos, produtos e aumento da segurança transfusional. 

“O PETS foi instituído para padronizar toda as ações médicas, de enfermagem e técnicos de enfermagem para que possamos ter um ato transfusional seguro, resolutivo e que todos os nosso pacientes possam ter a certeza de que estão recebendo um produto de qualidade na nossa rede. O sangue é problema nosso e temos a responsabilidade sobre o produto que distribuímos, mas os mesmos padrões precisam ser seguidos pelo médicos que prescrevem a transfusão e os profissionais de enfermagem e técnicos que estão na ponta dessa rede de saúde”, explica a médica hematologista e gerente técnica do Hemopi, Karina Nava. 

O PETS é uma ferramenta importante para a prática institucional e um aliado para o profissional de saúde que atende o paciente que necessita de transfusão sanguínea nas unidades hospitalares do SUS. O documento segue os parâmetros vigentes adotados pelo Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

O superintendente de média e alta complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo, ressaltou mais uma vez a importância da educação continuada para suprir a necessidade de capacitação constante das equipes médicas e de enfermagem. 

“Existe uma significativa rotatividade entre os profissionais que atuam nos serviços hospitalares. A transfusão de sangue é considerada, por muitos, como um procedimento simples, mas que não é. Exige atenção em todas as etapas, por isso, toda a equipe precisa esta alinhada, seja nos casos de transfusões eletivas ou de urgência. O protocolo é uma garantia a mais de segurança", afirmou.

O tema também foi defendido pelo presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM/PI), João Moura Fé e propôs incluir o ato transfusional no programa de capacitação do CRM/PI proposto para o ano de 2024. 

Com o PETS, o Hemopi avança também nos processos que são executados na ponta, pelas unidades de saúde e hospitais.  “O Protocolo era uma necessidade urgente e deve ser implementado em todas as unidades de saúde, para promoção do ato transfusional seguro, pois a hemotransfusão é uma prática comum na rotina dos profissionais da enfermagem e médicos. Todo o ciclo do sangue deve estar envolvido e padronizado para garantir a segurança do paciente”, afirma a enfermeira Samara Lima Léda, responsável pelo setor de Hemovigilância do Hemopi.

A assessora técnica da presidência da Fundação Municipal de Saúde, Clara Leal, destaca a importância da organização para os processos de trabalho. “Toda a rede de saúde é regida por processos que são essenciais para o seu pleno funcionamento. Com as transfusões não é diferente. Sabemos da dificuldade em implantar novas rotinas, no entanto, o protocolo é e deve ser uma prioridade, pois a partir do momento que o Hemopi entrega os hemocomponentes prescritos, as unidades de saúde passam a ser responsáveis por essas bolsas”.