A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) realizou, nesta quarta-feira (29), o I Seminário Estadual de Saúde das Comunidades Tradicionais de Terreiro do Piauí. No evento foram repassadas políticas públicas em saúde, voltadas para a população negra, instituídas por resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

“Estamos aqui no Piauí para lembrar que o terreiro também faz saúde e que é uma das questões da integralidade, que é um dos princípios do SUS. Nós vamos trabalhar junto com a atenção primária para construirmos políticas aonde as pessoas possam se enxergar”, pontuou um dos palestrantes do evento, o assessor técnico da Coordenação de Atenção à população Negra da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Jorge Senna.

O seminário foi uma parceria entre a Sesapi e a Superintendência de Igualdade Racial e Povos Originários e Diretoria de Povos Originários, da Secretaria Estadual da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos do Piauí (SASC).

“É muito importante termos programas específicos, dentro da saúde, voltados para essa população de terreiro. E esse seminário foi o ponto de diálogo entre a Sesapi e representantes desse povo para entender as especificações”, destacou a superintendente de Igualdade e Promoção da Igualdade Racial da SASC, Assunção Aguiar.

Um dos pontos da resolução é ampliar o acesso dessa população à saúde nos três níveis de atenção, com foco prioritário à Atenção Básica de base territorial adentrando as comunidades quilombolas e respeitando seus saberes e práticas de saúde ancestrais e tradicionais da medicina quilombola, como explica o coordenador de Equidade da Sesapi, Felipe Silva.

“Esse seminário buscou trazer para os profissionais de saúde as especificidades das comunidades dos terreiros do Piauí, e orientar que essa população também é promotora da saúde e de cura para essa comunidade. E é importante que esses profissionais tenham esse olhar de equidade, pois são populações vulnerabilizadas. E essas orientações do CNS são fundamentais para colocar esse trabalho em prática”, lembra o coordenador.

A portaria do Conselho Nacional de Saúde busca um novo modelo de saúde que seja antirracista e considere as especificidades da saúde, estabelecendo arranjos de políticas públicas, intersetoriais e transversais, voltados para o cuidado integral, reconhecendo e atuando na sobreposição de exclusões que incidiram sobre as populações.

A superintendente de Atenção à Saúde e Municípios da Sesapi, Leila Santos, destaca que a Sesapi vem trabalhando a implantação de melhorias nos serviços de saúde que atenda as especificidades de cada público. “Temos a necessidade de formular políticas de saúde voltadas para essas populações, reconhecendo, respeitando suas culturas e religiões, sabendo que essa população também é usuária do SUS e a Sesapi está aqui para ser parceira nesta ação”, disse.