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21 de Fevereiro de 2005 | Atualizado em 05 de Outubro de 2024
Por Assessoria de Comunicação SESAPI - secsaudepi@gmail.com
Central de Transplantes incentiva a doação de medulas
Central de Transplantes incentiva a doação de medulas
A Central de Transplantes do Estado (CTE) - órgão vinculado à Secretaria da Saúde - pretende incentivar a doação de medula óssea no Estado. Segundo a coordenadora da CTE, Maria de Lourdes de Freitas Veras, médica nefrologista que integra a equipe de transplantes de órgãos do Hospital Santa Maria, é de grande importância para a saúde pública que novos doadores se cadastrem junto ao Banco Nacional de Doadores de Medula Óssea, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro.
Maria de Lourdes explicou que, além de generoso, é muito simples o ato de cadastrar-se entre os possíveis doadores de medula óssea, basta para tanto que a pessoa tenha entre 18 e 55 anos de idade, seja saudável, compareça ao Hemocentro para uma coleta de 10 mililitros de sangue, necessários ao estudo do HTL, o antígeno de compatibilidade humana, e assine os termos de adesão ao banco nacional. A coordenadora acrescenta que a doação da medula óssea não impõe maiores sacrifícios ao doador e a recuperação das células-tronco, contidas na medula, acontece em três semanas.
A médica é uma entusiasta da política de doação de órgãos para salvar vidas ou proporcionar, por exemplo, a possibilidade da visão para aqueles que precisam de doação de córneas. Ela ressalta o papel desempenhado pela Central de Transplantes do Estado, que centraliza todos os processos relacionados ao transplante no Piauí. Quanto aos casos de leucemia, linfoma - câncer de gânglio - e mieloma múltiplo - câncer ósseo -, cujos pacientes precisam do transplante de medula como única chance de cura, infelizmente, acontecem muitas mortes quando não é encontrado um doador com 100% de compatibilidade.
"Quando esse doador não é encontrado entre os irmãos do paciente - o que ocorre em apenas 25% dos casos - é necessário buscar um doador 100% compatível nos bancos nacional e até internacional de doadores de medula óssea", conta Maria de Lourdes. "É como procurar uma agulha no palheiro", compara, acrescentando que a chance é expressa na relação estatística 1/100 mil. O transplante de medula óssea não é feito no Piauí, mas a CTE trabalha encaminhando duplas de irmãos - doador e transplantado - para outros Estados onde são feitos os transplantes.
Todas as despesas, incluindo passagens aéreas, diárias, procedimentos cirúrgicos e tratamento em domicílio são pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2004, a CTE enviou oito duplas de irmãos para a realização do transplante de medula óssea, com sucesso absoluto na terapia.
Outros transplantes
Além da preocupação com os transplantes de medula óssea, a Central de Transplantes centraliza e regula toda a atividade no Estado, determinando a fila única de espera para transplantes de rim, coração e córnea. Trata-se de um trabalho de notificação, captação do órgão a ser doado e distribuição para os hospitais e clínicas cadastrados e habilitados a esse procedimento cirúrgico. A notificação do potencial doador - geralmente vítima de traumatismo crânio-encefálico ou hemorragias cerebrais - é feita junto às unidades de terapia intensiva e até o Instituto Médico Legal (IML).
Maria de Lourdes assegura que todos os transplantes são feitos apenas com o consentimento da família. A médica destaca que ainda há muita resistência à doação no Piauí, mas observa que melhorou bastante a oferta de órgãos. "A cada dia que passa temos mais adesões de nossa população", relata a coordenadora da CTE. "Estamos implantando aos poucos uma cultura e observamos que a maior parte dos doadores são pessoas de maior nível de instrução."
A Central de Transplantes possibilitou, de 2001 a 2004, 183 transplantes de rim - os mais numerosos, 14 de coração e 153 de córneas. Neste ano, a Central já registrou seis transplantes de rim, um de coração e quatro de córnea. Esses transplantes são feitos no próprio Estado.
por Sérgio Fontenele (CCOM)