09 de Setembro de 2009 | Atualizado em 23 de Novembro de 2024
Por Divisa - divisa@saude.pi.gov.br

Nordeste: pequenas cidades desenvolvem grandes projetos

A pequena cidade de Tejuçuoca, distante cerca de 140 km da capital Fortaleza, é conhecida como a capital cearense do bode. Anualmente, a cidade realiza a Tejubode, feira de ovinos e caprinos que atrai 100 mil pessoas ao município de menos de 15 mil habitantes. De olho nesse movimento de pessoas, a coordenadoria regional de saúde de Caucaia (CE) desenvolveu um projeto para prevenir doenças transmitidas por alimentos durante o evento. Essas e outras experiências exitosas em vigilância sanitária estão sendo apresentadas em Maceió (AL), durante o Fórum Regional de Vigilância Sanitária da região Nordeste, que termina nesta quinta-feira (10). No caso de Tejuçuoca, a vigilância sanitária investiu em reuniões com os organizadores, na capacitação dos trabalhadores na produção, exposição e manipulação dos animais e na conscientização dos agricultores familiares. A vigilância também possui um stand no evento, para receber reclamações, tirar dúvidas dos visitantes e atuar na fiscalização. O resultado: fim dos casos de intoxicação alimentar durante o Tejubode. Outra pequena cidade, dessa vez no Piauí, desenvolve um trabalho de educação ambiental. Parnaíba (PI) é sede do projeto “Lírios do Mar: limpando ruas, rios e mares”. A vigilância sanitária, em parceria com associações de moradores, ministra palestras nas escolas destacando temas relacionados ao meio ambiente que afetam diretamente a população. Os moradores aprendem a reciclar produtos plásticos, fazendo, por exemplo, vassouras e bijuterias a partir de garrafas pet e embalagens de xampu. Já na Paraíba (PB), um dos destaques é a atuação da inteligência sanitária frente às organizações criminosas que agem na área de saúde. Desenvolvido desde 2003, o projeto treina profissionais de vigilância para atuarem na área de inteligência institucional. A medida permitiu que a vigilância sanitária do estado desenvolvesse ações inter-setoriais com outras autoridades (Polícias, Receita Federal, Abin), o que resultou em grandes operações de combate ao comércio ilegal de medicamentos, como a operação Efeito Colateral, desencadeada em 2008. Segundo a diretora da Anvisa Maria Cecília Brito, a intenção do Fórum, que reuniu cerca de 200 representantes dos nove estados nordestinos, é exatamente qualificar a descentralização das ações de vigilância sanitária, levando em conta o conhecimento que os estados e municípios detém acerca das práticas na área. As melhores experiências dos cinco fóruns regionais serão reapresentadas no fórum nacional, que será realizado em Brasília, em novembro. Os relatos também farão parte de um livro que será lançado na ocasião.