10 de Dezembro de 2011 | Atualizado em 30 de Junho de 2024
Por Divisa - divisa@saude.pi.gov.br

Mais de 30% das culturas analisadas no Piauí estão acima do nível de agrotóxicos

A quantidade de agrotóxicos nas culturas analisadas em supermercados de Teresina está em média 31% acima do nível permitido ou não são autorizados para aqueles tipos de produtos. É o que revelam os resultados divulgados ontem (06), pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Em Teresina, a alface lidera a lista dos alimentos contaminados com agrotóxicos, com 100% do índice insatisfatório. Em seguida, aparece o pimentão com 83,3% e o tomate com 66,7%. O pepino e a cenoura tiveram 50% do índice insatisfatório. Já a banana, manga, maçã, cebola e beterraba não apresentaram nenhum resíduo de agrotóxicos. “Apesar de o percentual ter sido alto, nós já avançamos muito. Os comerciantes estão preocupados com esta realidade e estão tentando fazer o rastreamento até os produtores garantindo assim a implantação das boas práticas agrícolas”, disse a diretora da Vigilância Sanitária do Piauí, Tatiana Chaves.

Os dados são preocupantes, uma vez que esse tipo de veneno pode causar sérios riscos à saúde humana, que poderão variar desde sintomas como dores de cabeça, alergia e coceiras, até distúrbios do sistema nervoso central, hepatopatias e câncer, nos casos mais graves de exposição, como é o caso dos trabalhadores rurais.

Semanalmente, uma equipe da DIVISA, composta por 5 técnicos devidamente treinados, fazem a coleta de pelo menos 4 alimentos nos supermercados da capital (arroz, banana, batata, cebola, cenoura, feijão, laranja, maçã, morango, entre outros). Mais de 100 amostras são analisadas por ano no Estado. “O nosso principal objetivo é minimizar os riscos da população com os agrotóxicos”, afirmou a diretora.

Recentemente, o Ministério Público Federal realizou uma série de atividades com permissionários da Central de Abastecimento do Piauí sobre este assunto. O evento teve a participação da Diretoria de Vigilância Sanitária do Piauí (DIVISA), entre outros órgãos federais e estaduais.

O rigor da lei no controle da comercialização de produtos alimentícios tem como objetivo a proteção do consumidor, impondo regras para também assegurar a informação de como o alimento foi produzido, sua composição e eventuais riscos a saúde. O Ministério Público vem efetivando ações para fiscalizar, orientar e coibir, entre outras práticas, o uso indiscriminado de agrotóxicos.

Cuidados

Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, o consumidor deve optar por produtos com origem identificada. Essa identificação aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com adoção de boas práticas agrícolas.


É importante, ainda, que a população escolha alimentos da época ou produzidos por métodos de produção integrada (que a princípio recebem carga menor de agrotóxicos). Alimentos orgânicos também são uma boa opção, pois não utilizam produtos químicos para serem produzidos.

Os procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras ajudam na redução dos resíduos de agrotóxicos presentes apenas nas superfícies dos alimentos. “Nada retira o agrotóxico do fruto, pois ele entra no alimento, mas esses cuidados diminuem o consumo”, explicou Tatiana Chaves.